Relação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) com a modulação corticoespinhal da dor de acordo com o sexo em sujeitos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gasparin, Assunta
Orientador(a): Caumo, Wolnei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Dor
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179034
Resumo: Introdução: A Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que resulta da ativação dos sistemas excitatórios e inibitórios endógenos. Diferentes fatores são considerados responsáveis pela variabilidade na percepção da dor entre os sexos e para a maior prevalência de dor crônica em mulheres. Por outro lado, as medidas de excitabilidade cortical, mensuradas a partir do potencial evocado motor (MEP), também podem ser influenciadas pelo sexo e idade. Logo, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) insere-se neste contexto, pois trata-se de um biomarcador relacionado ao processamento da dor, o qual modula a neurotransmissão e o processamento somato-sensorial, sendo considerado um potencial marcador de neuroplasticidade, em que a diferença entre os sexos parece influenciar sua ação modulatória. Assim, este estudo teve como objetivo testar se os níveis séricos de BDNF podem influenciar de acordo com o sexo: (I) a função do sistema modulatório descendente da dor (SMDD) avaliada pela mudança na Escala numérica da dor durante a CPM-task, (Tarefa da Modulação Condicionada da Dor), (II) a excitabilidade da via corticoespinal avaliada pela amplitude do MEP e (III) o limiar de dor de calor (HPT– do inglês Heat pain threshold). Métodos: Através de um estudo transversal, foram recrutados sujeitos saudáveis - 32 homens (média de idade de 25,59 ± 5,40) e 24 mulheres (média de idade de 33,90 ± 11,80). Após responder aos questionários e posterior coleta de sangue, os indivíduos foram submetidos a uma avaliação da dor através do teste sensorial quantitativo (QST) para medir o HPT e uma tarefa de modulação de dor condicionada (CPM-task) para medir a função do SMDD. A excitabilidade corticoespinhal foi aferida através da amplitude do MEP, por meio da estimulação magnética transcraniana (TMS). Resultados: Uma análise multivariada (MANOVA) demonstrou diferença entre os sexos na CPM-task, em que os homens tiveram uma menor mudança na escala numérica de dor (NPS) quando comparado com as mulheres. Este efeito foi mediado pelos níveis séricos de BDNF, que foi ajustado para a idade pois as mulheres eram mais velhas do que homens na amostra. Desta forma, esta neurotrofina foi positivamente associada a uma função inibitória aumentada apenas em mulheres. Além disso, a amplitude do MEP foi maior para os homens do que para as mulheres, embora os níveis de BDNF não tenham influenciado significativamente. Não foram encontradas diferenças significativas para HPT. Conclusões: A diferença na percepção da dor entre os sexos está relacionada a fatores neurofisiológicos relacionados à neuroplasticidade e à excitabilidade cortical. Parte dessas diferenças foram vistas em nosso estudo, através do SMDD e via corticoespinhal, onde o efeito do BDNF foi oposto entre os sexos.