Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Venturini, Guilherme de Oliveira |
Orientador(a): |
Caumo, Wolnei |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213292
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Resumo: |
A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dor crônica generalizada, sono não reparador, fadiga, e alterações cognitivas. Esse conjunto de sintomas reforça a teoria que a FM e uma doença que se caracteriza por sintomas de disfunção ao nível do sistema nervoso central. Ela tem sido definida como uma síndrome de neuroplasticidade mal adaptativa que cursa com sensibilização central (SC). Dentre os fatores que mediam estes processos, encontramos o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e seus polimorfismos, como os do códon 66 (Val66Met). Os dados a respeito da influência deste polimorfismo nos mecanismos de neuroplasticidade, particularmente no processamento das informações são escassos. Frente a possibilidade de avaliar em tempo real áreas envolvidas no processamento da sinalização nociceptiva e de modulação da dor, tal como o córtex motor primário (M1), este estudo exploratório teve como objetivo quantificar a ativação do M1. Esta foi mensurada por meio da curva de oxihemoglobina pelo método de neuroimagem funcional da Espectroscopia de luz próxima ao infravermelho(fNIRS). As medidas com este equipamento nos fornecem um mapa de ativação cortical, que foi utilizado para comparar o padrão entre os genótipos para o gene do BDNF (Val66Val; Val66Met). Nossa hipótese foi que os indivíduos heterozigotos para este polimorfismo (Val/Met) apresentam maior susceptibilidade à estimulação nociceptiva comparado aos sujeitos homozigotos (Val/Val). Materiais e Métodos: Neste estudo exploratório, utilizou-se de um paradigma experimental que teve como propósito a indução de nocicepção em condições controladas. O paradigma experimental incluiu a indução de nocicepção pelo frio por meio da imersão da mão dominante em água à temperatura de zero graus Celsius, com o objetivo de avaliar por meio do fNIRS as diferenças nas variações da ativação cortical (AC) em M1 dos diferentes genótipos para o gene do BDNF (Val66Val; Val66Met). Resultados: Foram selecionadas 14 mulheres com confirmação diagnóstica de FM, nove (64,3%) com genótipo Val66Val e cinco (35,7%) Val66Met. A média (DP) da ativação no córtex motor direito dos heterozigotos foi 22,09 (38,50), enquanto nos homozigotos foi de 3,71 (24,29). Enquanto isso, no lado esquerdo, a média nos portadores de Met foi de -8,65 (50,08) e -1,97 (12,51) para os sujeitos Val / Val. Os grupos diferiram quanto ao escore na Escala de Gravidade da Fibromialgia (FSS), foram então ajustados a média dessa variável, o que levou a um aumento na diferença na ativação cortical entre os grupos, atingindo uma diferença cem vezes maior na ativação cortical no lado esquerdo dos indivíduos Val/Met (38.9 para 0.36) quando comparados ao outro grupo. Esses dados demonstraram que a ativação cortical pode ser influenciada por fatores como gravidade dos sintomas. Os achados confirmam nossa hipótese primária de que os portadores do polimorfismo Val/Met apresentam maior variação na ativação do M1 do que os sujeitos homozigotos para o alelo Val/Val. Além disso, o estudo mostra que a ativação cortical é modulada pela gravidade dos sintomas clínicos. |