Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Costa, Fabiana Pinheiro da |
Orientador(a): |
Almeida, Dóris Bittencourt |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213535
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Resumo: |
Inserida no campo da História da Educação essa pesquisa tem por objetivo investigar os processos que envolveram a ―invasão‖ feminina da Casa do Estudante Universitário (CEU) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as ressonâncias desse episódio na sua estrutura organizacional. O recorte temporal escolhido toma como eixo norteador esse acontecimento, ocorrido em 29 de abril de 1980, e se estende até o final da década por compreender que esses foram os primeiros anos em que a Casa recebeu mulheres. A CEU está localizada na região central da cidade de Porto Alegre e foi criada em 27 de julho de 1971, sendo mantida desde sua origem pela Universidade. Constitui-se em um dos principais meios de assistência estudantil oferecido para jovens do interior do Estado do Rio Grande do Sul e de outras regiões do País que buscam ingressar em uma universidade pública na capital gaúcha. Além de ser uma garantia que viabiliza o ensino universitário, a moradia estudantil configura-se como um espaço de convivência grupal que atua na composição do percurso dos estudantes promovendo noções de direito, coletividade e mobilização social. Até 1982, a CEU não permitia em seu regimento que as mulheres adentrassem suas dependências, o que as impedia formalmente de concorrer às vagas e dar segmento aos estudos. No ano de 1980, período em que o Brasil passava por um processo de redemocratização e os movimentos estudantis e feministas ganhavam novo fôlego, houve uma mobilização para ―invadir‖ esse local com o intuito de reivindicar o livre acesso feminino e consequentemente a moradia mista. Este trabalho foi desenvolvido a partir de um combinado de fontes historiográficas, entre elas a documentação do Arquivo da Casa do Estudante Universitário, a imprensa de grande circulação de Porto Alegre e, predominantemente, as memórias orais de mulheres que participaram do movimento de ―invasão‖ e moraram na Casa nos seus primeiros anos de abertura para o público feminino. Foi possível perceber que a Universidade promoveu inúmeras barreiras para que elas pudessem ter direito à moradia na CEU e, mesmo após o a regulamentação como casa mista, a convivência envolveu confrontos com os moradores homens, o que demonstrou as dificuldades que elas enfrentaram para permanecer no local. Ainda assim, constatou-se que tanto a ―invasão‖ como o fato de habitar a Casa, em certa medida, possibilitou a essas mulheres exercício de autonomia e da liderança. Nesse sentido, essa pesquisa buscou lançar luz sobre um momento histórico de disputa das mulheres pela inserção em novos territórios sociais e de luta pela garantia de acesso e permanência na educação superior. |