A televisão não é útil: seu uso social sob a perspectiva de uma sociedade de desempenho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Morais, Olga Marmori de
Orientador(a): Jacks, Nilda Aparecida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/246514
Resumo: O objetivo dessa dissertação é compreender o uso do tempo livre por estudantes de pós-graduação no contexto produtivista relativo às práticas de desempenho, através da análise do uso social a que é alocado o consumo de televisão. Para isso, me apoio na perspectiva de “sociedade de desempenho” empreendida pelo filósofo contemporâneo Byung-Chul Han (2015, 2018, 2019, 2021a) que prevê um neoliberalismo pautado na auto coerção de produtividade e aprimoramento pessoal, no qual o sujeito age como seu próprio opressor, ludibriando-se com a falsa agência de uma liberdade individual. Conjugo essas premissas com a teoria de “cultura plural” de Michel De Certeau (2016, 2018) para pensar nas potências antihegemônicas possíveis dentro desse modelo social. Empreendo, então, uma etnografia adaptada ao contexto pandêmico, pautada no argumento de que o fazer etnográfico diz respeito mais à habilidade literária e de convencimento, à autoria e à intenção do que ao uso de técnicas canônicas e tradicionais. Desse modo, analiso a produção de diários gerados pelos sujeitos no campo, emulando a observação participante em tempos de isolamento social. Enfim, atravesso esses dados pelos pontos centrais da bibliografia de Han (2015, 2018, 2019, 2021a), o que resulta num retrato menos fatalista, maçante e homogêneo da sociedade, ainda que o individualismo e o aprimoramento pessoal se façam presentes e absurdamente visíveis. No qual a televisão é ferramenta tanto ao que se submete quanto ao que se rebela, reservando seus usos e distinções.