Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moura, Helena Ferreira |
Orientador(a): |
Diemen, Lisia von |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/224417
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Resumo: |
Indivíduos com transtorno por uso de substâncias (TUS) apresentam indícios clínicos de envelhecimento precoce. Dentre os biomarcadores, o tamanho de telômero (TL) tem sido um dos mais utilizados para estudar envelhecimento. Além deste, o envolvimento do sistema imune e o aumento de citocinas inflamatórias são outros marcadores associados ao envelhecimento biológico. Diversos estudos mostram o envolvimento desses processos na neurodegeneração. O estudo de citocinas e de TL pode auxiliar na compreensão dos fatores relacionados ao desenvolvimento, gravidade e resposta ao tratamento do TUS. Esse tema será abordado nos artigos 1 e 2 que consistem em (1) revisão sistemática e meta-análise dos níveis de citocinas em pessoas com transtorno por uso de álcool (TUA) comparados com controles saudáveis (CS) e (2) num estudo clínico em que foi medido o tamanho de telômeros em pacientes com transtorno de uso de cocaína/crack (TUC). (3) Um terceiro estudo compõe essa tese- a avaliação do consumo de álcool durante a Pandemia COVID-19 na população em geral. O artigo 1 consistiu em uma revisão sistemática e metanálise de estudos transversais que comparavam níveis de marcadores inflamatórios em pessoas com o diagnóstico de transtorno de uso de álcool comparado com controles. Foram inclusos 18 artigos englobando 14 citocinas. Entre elas, apenas o TNF-alfa foi significativamente mais elevado no TUA (SMD=0.588; 95% CI 0.392-0.847; p<0.001). Para o artigo 2, foi realizado um estudo transversal em que o TL foi extraído do sangue periférico de 219 indivíduos com transtorno por uso de cocaína/crack (TUC) e comparado ao de 217 CS. Em ambos os grupos, a presença de trauma na infância e sua associação com o TL foi investigada. Correlações entre esse marcador e parâmetros de maior gravidade do TUC também foram avaliados. Encontramos telômeros significativamente mais curtos no TUC, mas apenas quando associado ao trauma na infância (p=0.018). Porém, a presença de trauma foi significativamente maior em TUC do que em CS (57.1% vs 30%, p<0.001). Similarmente, não houve associação entre esse biomarcador e gravidade do TUC. Por fim, para o artigo 3 foi realizado um levantamento online entre pessoas que estavam em isolamento devido à pandemia de COVID-19. A associação entre o uso de álcool e a percepção de mudanças no seu consumo, com o perfil demográfico ou a presença de sintomas ansiosos e depressivos foi avaliada. Neste trabalho, encontramos que 68,5% da amostra consumia álcool, dentre os quais 22,7% haviam aumentado o consumo. Uso de álcool foi associado à ansiedade (OR=1.40, 95% CI 1.06 – 1.85, p<0.01) e à associação de sintomas ansiosos e depressivos (OR=1.38, 95% CI 1.02 – 1.87, p=0.033. Concluindo, a presença de trauma, e não o TUC, esteve associado a telômeros mais curtos. Porém, a elevada prevalência de trauma nessa população é preocupante em razão de sua associação com envelhecimento precoce. Há poucos estudos avaliando a associação de citocinas com a gravidade do TUA e ainda não é possível identificar um perfil imunológico nessa população. Finalmente, a associação do consumo de álcool com sintomas psiquiátricos pode ter efeitos a longo prazo e deve ser monitorada cuidadosamente. |