A epopeia o oriente, de José Agostinho de Macedo, enquanto releitura de Os Lusíadas, de Luís De Camões

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fagundes, Eduardo de Souza
Orientador(a): Zilberman, Regina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/170362
Resumo: A epopeia Os Lusíadas (1572), de Luís de Camões, estrutura-se, historicamente, sobre o achamento da Índia e, miticamente, sobre as mitologias greco-latina e judaico-cristã. A presença dessas mitologias divergentes em Os Lusíadas estimula a elaboração de uma epopeia portuguesa chamada O Oriente (1814), cujo autor é o padre português José Agostinho de Macedo. O Oriente é uma releitura de Os Lusíadas, e seu processo composicional caracteriza-se por negar e remover a sacralidade da representação dos deuses greco-latinos, substituindo-os pelas divindades judaico-cristãs, que Macedo exaltará, e por representar a Vasco da Gama como um herói genuinamente cristão, pois, segundo Macedo, Camões não o fizera. O narrador de O Oriente substitui as divindades representadas por Camões, tais como Júpiter, Baco, Vênus, Marte, Morfeu e Tétis, por figuras tais como Deus, Satanás, o Serafim e São Tomé. O narrador aceita e mantém, no entanto, determinados personagens da mitologia greco-latina em sua epopeia, tais como Luso, Lisa e Ulisses, por exemplo. Nesse sentido, José Agostinho de Macedo alinha-se à representação de Os Lusíadas. O narrador de O Oriente filia seu herói, Vasco da Gama, ao cristianismo, e representa-o como o eleito de Deus para a difusão da fé cristã no Oriente. O narrador, portanto, pretende emendar esses aspectos da representação de Os Lusíadas.