Evolução Paleogeográfica do Sistema de Paleodrenagem do Rio Jacuí na Planície Costeira do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Baitelli, Ricardo
Orientador(a): Correa, Iran Carlos Stalliviere
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/56850
Resumo: Regiões costeiras são moldadas por inúmeros eventos transgressivos e regressivos, responsáveis pela presença de vales incisos e ambientes deposicionais associados. Este estudo foi desenvolvido na região da Lagoa dos Patos e analisou um conjunto de dados que permitiu traçar um novo panorama evolutivo para a Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Para a elucidação de alguns aspectos evolutivos, foi feita a integração de dados sísmicos, sedimentológicos, paleontológicos e isotópicos. Assim, a partir dos elementos arquiteturais sismodeposicionais do prisma sedimentar costeiro, foi estabelecido um modelo de formação e preenchimento sedimentar do sistema de paleodrenagens e definindo posições pretéritas do rio Jacuí. Foram levantados aproximadamente mil quilômetros de linhas sísmicas de reflexão e alta resolução na região da Lagoa dos Patos que permitiram a interpretação sobre processos sedimentares, variações relativas do nível do mar, paleotopografia, entre outros. Os dados sísmicos mostraram o seccionamento, por cursos fluviais pretéritos, de diferentes depósitos sedimentares existentes na costa gaúcha, onde foram definidas quatro sequências sismodeposicionais. Estas sequências revelaram informações que permitiram a discriminação de descontinuidades estratigráficas de alta frequência (limite de sequência), que conduziram à caracterização de depósitos fluviais, estuarinos e marinhos, dentro de um contexto de sequência estratigráfica. Sondagens estratigráficas realizadas no interior da Lagoa dos Patos, nas localidades de Bojuru, Mostardas e Palmares do Sul, forneceram material fóssil nos quais foram identificados grupos taxonômicos que também serviram às análises isotópicas de carbono e oxigênio. Os valores de δC13 nas amostras revelaram condições transgressivas e regressivas e, aliado aos valores de δO18, mostraram que as condições ambientais locais foram semelhantes para Bojuru (paleocamaquã) e Palmares (primeira saída para o mar do paleojacuí) e diferentes para Mostardas (segunda saída para o mar do paleojacuí). Os cursos do paleojacuí e paleocamaquã deram origem a inlets, em períodos de mar alto e atuaram como incisivos canais em períodos de mar baixo. O paleocamaquã manteve seu curso praticamente inalterado no último meio milhão de anos, seguindo na direção da localidade de Bojuru. O paleojacuí fixou sua saída para o mar entre as latitudes 30°S e 31°S e, em períodos de mar baixo, escavou profundamente a planície costeira e plataforma adjacente fazendo com que seu leito atinjisse cotas superiores a 50 metros abaixo do seu nível atual. Esta primeira saída do paleojacuí para o mar na região de Palmares do Sul, através do sistema de ilha‐barreira II, foi obstruído pelos sedimentos do sistema de ilha‐barreira III, em desenvolvimento, em 133 ka. Este evento ocorreu preferencialmente para oeste e sobre a planície de inundação e os depósitos de canal do antigo rio Jacuí, mostrando ter sido um dos maiores (em extensão) e mais longos (em duração) episódios transgressivos. A segunda saída do paleojacuí para o mar, agora mais a sul, na região de Mostardas, assim como a saída do paleocamaquã na região de Bojuru, que fluíam entre os sedimentos do sistema ilha‐barreira III, foram fechadas pelos sedimentos do sistema ilha‐barreira IV, em formação, há 6 kyr. Esta configuração de sistema laguna‐barreira se mantem, ao menos, até os dias atuais.