Evolução paleogeográfica da planície costeira média do Rio Grande do Sul : análise de fósseis calcários e silicosos em testemunhos da Lagoa dos Patos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dehnhardt, Beatriz Appel
Orientador(a): Corrêa, Iran Carlos Stalliviere
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172207
Resumo: O enfoque deste trabalho se refere ao estudo de biogênicos fósseis calcários e silicosos, obtidos de três testemunhos de sondagem localizados no interior da Lagoa dos Patos. Os testemunhos estão inseridos ao longo de perfis sísmicos de alta resolução e são identificados como: Bojuru (Bo), Mostardas (Mo) e Palmares do Sul (Pa). A escolha desses locais amostrados foi feita com base em estudos de sísmica de alta resolução que identificou um sistema de vales incisos. No testemunho Mo, é apresentado um zoneamento qualitativo a partir dos biogênicos (moluscos, foraminíferos, ostracodes e diatomáceas) onde foram identificadas três zonas biogênicas. A zona I resultou no reconhecimento de um ambiente marinho a marinho mixohalino com influência marinha através da presença de diatomáceas. A zona II identificou um ambiente marinho associado a espécies marinhas a marinhas mixohalinas com a presença de todos os biogênicos inventariados somados a diatomáceas dulciaquícolas. E a zona III um ambiente marinho associado a espécies marinhas a marinhas mixohalinas onde ocorre uma redução dos biogênicos. No testemunho Pa, é feito um zoneamento quantitativo onde são identificados cinco grupos distintos de biogênicos constituídos por moluscos (G1), foraminíferos (G2), ostracodes (G3), equinodermas, cirrípedes e poríferos (G4) e diatomáceas (G5) Os táxons foram analisados e classificados de acordo com a abundância relativa, onde quatro zonas biogênicas (Zonas I, II, III e IV) são reconhecidas. Os biogênicos ocorrem de forma diferenciada ao longo de todo o testemunho, sendo a presença de diatomáceas observada em todos os intervalos amostrados enquanto os demais se concentram na porção basal. A Zona I (base do testemunho) apresenta os cinco grupos de biogênicos e é indicativa de ambiente marinho raso. A Zona II é caracterizada pela dominância de diatomáceas marinhas, indicando ambiente marinho. As diatomáceas de água doce são exclusivas da Zona III e indicam um ambiente fluvial com alguma influência marinha. E na Zona IV são observadas somente diatomáceas marinhas, marinhas a marinhas mixohalinas e mixohalinas, caracterizando um ambiente marinho. O conteúdo malacológico, identificado nos três testemunhos, englobam 19 táxons que foram examinados de forma detalhada sobre a ecologia e alguns aspectos tafonômicos. Os moluscos também são analisados quanto a sua identidade, diversidade e utilização para interpretações paleoambientais que identificaram duas assembleias distintas sendo uma mixohalina e outra mixohalina a marinha que preencheram os paleovales apontados pela sísmica. Este trabalho se insere no projeto sobre a Evolução Paleogeográfica da Planície Costeira do Rio Grande do Sul e o estudo dos biogênicos representa mais um dado no entendimento do quadro evolutivo da planície costeira gaúcha.