Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Manzolli, Rogério Portantiolo |
Orientador(a): |
Barboza, Eduardo Guimarães |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/150875
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Resumo: |
O sistema laguna-barreira da Feitoria localizado na margem oeste da célula Sul da laguna dos Patos – Rio Grande do Sul, Brasil – se assemelha geomorfologicamente, em uma escala menor, a um sistema barreira oceânico e cronologicamente ao sistema Barreira IV (Villwock e Tomazelli, 1995). Com o intuito de caracterizar a morfologia e a estratigrafia deste sistema deposicional laguna-barreira foi estudada a geologia de superfície e de subsuperfície. As características geológicas de superfície foram obtidas através da análise de aerofotografias e de imagens de satélite; de levantamentos topográficos e das análises geocronológicas por Luminescência Oticamente Estimulada em sedimentos superficiais. A geologia de subsuperfície foi caraterizada a partir da análise de perfis geofísicos registrados com sísmica rasa e de seções de georradar; junto foram integradas as análises granulométricas, palinológicas e geocronológicas (radioisótopos de 14C) coletadas em testemunhos de sondagem. Através da compilação crítica dos resultados obtidos, esta Tese apresenta evidências de que a gênese da barreira da Feitoria e da laguna na sua retaguarda, está correlacionada a topografia antecedente, marcada pela existência de um alto topográfico remanescente entre os paleovales fluviais dos rios Turuçu e Corrientes, onde este alto serviu de substrato para o início do desenvolvimento desta barreira. Também, é evidenciado que a evolução geomorfológica da barreira da Feitoria (orientação, truncamentos e tipologia dos cordões litorâneos), subdividida em nove fases de deposição, ocorreu associada as variações relativas do nível do mar a partir do Holoceno médio (8.000 anos A.P.). Observa-se também que foi influenciada diretamente pelas flutuações de alta frequência do nível de base da laguna dos Patos, causadas pela interação de três fatores: variabilidade no volume de precipitação na área da bacia de drenagem; marés meteorológicas causadas pelo vento; e alterações geomorfológicas na desembocadura da laguna dos Patos. O início da progradação dos cordões litorâneos na barreira da Feitoria ocorreu, aproximadamente, a 7.200 anos A.P., cronocorrelato ao período em que o nível relativo médio do mar ultrapassou o nível atual. A cota altimétrica da 1° crista destes cordões litorâneos encontra-se a 4,2 m acima do nível do mar atual, evidenciando a sobre-elevação do nível de base lagunar para a formação dos mesmos. A ilha da Feitoria, porção sul da barreira, teve sua formação, aproximadamente, a 5.000 anos A.P. associada ao rebaixamento do nível do mar e, consequentemente, ao afloramento do paleoalto topográfico da Feitoria. A partir deste período o controle sobre a morfologia e a orientação dos cordões litorâneos passa a ter uma maior influência associada as modificações na geomorfologia da desembocadura da laguna dos Patos (alta frequência). No entanto, as variações do nível de base lagunar (volume de precipitação e marés meteorológicas) de mais alta frequência são as responsáveis pela gênese das cristas dos cordões litorâneos. A deposição de sedimentos finos na área da laguna Pequena (retaguarda) começa antecedentemente a 7.730 anos A.P. com um aumento de influência marinha, próximo a esta idade, passando por um curto período com menor influência, retornando a aumentar a entrada de água salgada no interior da laguna dos Patos próximo a 7.000 anos A.P. A partir deste período, apesar das oscilações de alta frequência, passa a ter uma tendência de diminuir gradativamente a influência marinha no interior das lagunas dos Patos e Pequena. Esta diminuição da influência marinha pode ser correlacionada ao estreitamento do canal de ligação entre a laguna dos Patos e o oceano, assim como, o desenvolvimento da barreira da Feitoria diminuiu a comunicação entre a laguna Pequena e a laguna dos Patos. |