Associação shoshonítica de Lavras do Sul (RS) : petrologia, geoquímica de elementos-traço em zircão e aplicação de sliding normalization na avaliação de fontes magmáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Liz, Joaquim Daniel de
Orientador(a): Lima, Evandro Fernandes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/13780
Resumo: A Associação Shoshonítica de Lavras do Sul (ASLS) localizada na porção SW do Escudo Sul-Rio-Grandense é constituída por rochas efusivas básicas a intermediárias, depósitos piroclásticos, corpos hipabissais monzoníticos a riolíticos, lamprófiros espessartíticos e rochas monzograníticas a granodioríticas. Neste trabalho são apresentados e discutidos inicialmente os resultados referentes à investigação das rochas monzoníticas aflorantes na porção norte da região de Lavras do Sul. Estas ocorrem como intrusões epizonais (Monzonito Tapera e Monzodiorito Arroio do Jacques) e como corpos subvulcânicos (Monzonitos Hipabissais), cuja distribuição e forma são relacionadas a sistemas de subsidência de caldeiras. Os Monzonitos Hipabissais e os diques relacionados representam, provavelmente, intrusões ressurgentes com orientação NW-SE. Dados geoquímicos indicam que os monzonitos são cogenéticos, pertencem a Associação Shoshonítica de Lavras do Sul (ASLS) e foram gerados por cristalização fracionada a partir de magmas menos diferenciados. A idade de 587 ± 4 Ma (SHRIMP U-Pb em zircão) obtida nos Monzonitos Hipabissais representa as manifestações shoshoníticas tardias da área e definem um intervalo de formação da ASLS de pelo menos 17 Ma. Em seguida são discutidos os resultados e interpretações sobre os grãos de zircão do granodiorito, riolito, monzonito, quartzo monzonito e diorito da ASLS. Após estudos petrográficos e mineralógicos estes grãos foram analisados por Laser Ablasion - ICP-MS para ETR e elementos traços. Os conteúdos de elementos-traço nos grãos de zircão foram utilizados, juntamente com os conteúdos destes mesmos elementos em rocha total, para cálculo de coeficientes de partição (Kd). Apesar das variações dos conteúdos de ETR e elementos-traço observadas em um mesmo grão, constatou-se que a média dos teores superpõe-se as obtidas por outros autores. O padrão de ETR dos zircões quando normalizados pelo condrito mostra um forte enriquecimento em ETR pesados e uma suave anomalia positiva de Ce. As composições observadas nos zircões das rochas da ASLS refletem a composição magmática shoshonítica, sendo, portanto, úteis em investigações de proveniência. Dados obtidos neste trabalho acrescidos aos de outros autores indicam que a ASLS representa uma série co-genética que evoluiu por cristalização fracionada, com grande variação em SiO2, sendo estas características favoráveis para a aplicação da técnica de sliding normalization. Esta técnica possibilita a comparação química entre 5 termos ácidos, intermediários e básicos e a avaliação de tipos de fontes magmáticas, ambientes tectônicos e processos geradores. No presente trabalho utilizou-se como fator de normalização para associações shoshoníticas pós-colisionais os valores obtidos na ASLS. Foram normalizadas por estes valores cinco associações shoshoníticas: Plúton Tismana na Romênia, as rochas vulcânicas do norte do Platô do Tibet, o Domo Tormes na zona Central Ibérica, as rochas intrusivas shoshoníticas do Pós-colisional Svecofenniano no sul da Finlândia e República da Carélia e o Quartzo-monzonito Baranadag da Turquia. O uso desta técnica permitiu estabelecer a vinculação das fontes geradoras dos magmas dessas associações, identificando-se duas tendências geoquímicas distintas, uma caracterizada pelo enriquecimento em Zr, Nb, TiO2, Y e ETR, e outra marcada principalmente pelo aumento dos conteúdos de Rb e K2O e pelo decréscimo de Nb. Os aumentos dos conteúdos de Nb expressam razoavelmente a participação de magmas astenosféricos, enquanto que o enriquecimento em K2O e Rb indicam assimilação crustal. O diagrama triangular Nb-Rb-K2O normalizado pela ASLS é proposto para rochas shoshoníticas pós-colisionais, como uma ferramenta na separação de associações que envolveram assimilação crustal daquelas com a adição de magmas astenosféricos