Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Moro, Angela Maria |
Orientador(a): |
Garcia, Solange Cristina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213341
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Resumo: |
O benzeno é um solvente orgânico reconhecidamente carcinogênico, ao qual a população encontra-se constantemente exposta através de fontes ambientais e/ou ocupacionais. No Brasil, 718.000 frentistas de postos de gasolina constituem um importante grupo de risco ocupacional a este solvente orgânico, mesmo que atualmente o benzeno seja encontrado em baixas concentrações na gasolina. O monitoramento ambiental aliado ao biomonitoramento dos indivíduos expostos ao benzeno possibilita a avaliação da sua exposição crônica. No presente trabalho foram avaliados os riscos relacionados à exposição ocupacional ao benzeno através do monitoramento ambiental e biomonitoramento de frentistas de postos de gasolina, investigando possíveis biomarcadores de efeito que possibilitem a detecção precoce de alterações causadas pelo benzeno, antes do desenvolvimento de danos aos sistemas hematológico, imunológico, hepático, renal e ao DNA. Adicionalmente, verificou-se o possível envolvimento do estresse oxidativo como mecanismo toxicológico, especialmente através de biomarcadores protéicos e antioxidantes endógenos e exógenos. No Capítulo I demonstramos que mesmo em baixas concentrações, o benzeno contribuiu para alterações significativas em diferentes sistemas biológicos. O ácido trans, trans-mucônico urinário demonstrou ser um biomarcador de exposição aplicável no biomonitoramento ocupacional aos baixos níveis de exposição ao benzeno encontrados, correlacionado-se com diversas alterações observadas. A expressão das moléculas de adesão CD80 e CD86 em monócitos, propostas neste trabalho como possíveis biomarcadores de efeito relacionados à resposta imunológica, foram alteradas em trabalhadores expostos cronicamente a baixas concentrações ao benzeno em comparação com o grupo não exposto. Além disso, as transaminases hepáticas, bem como os biomarcadores de dano renal precoce também se mostraram significativamente aumentadas, podendo ser sugeridos como importantes biomarcadores de efeito na avaliação contínua da saúde ocupacional. Em relação ao uso da enzima -aminolevulinato desidratase (ALA-D), como um possível biomarcador de efeito precoce para alterações hematológicas, mais estudos são necessários a fim de elucidar o envolvimento da ALA-D em anemias decorrentes da exposição ao benzeno. No Capítulo II demonstramos que os danos genéticos causados pela exposição ocupacional ao benzeno foram acompanhados pelo aumento da oxidação e nitrosilação de proteínas, bem como pela depleção de antioxidantes endógenos. Adicionalmente, nossos resultados mostraram que o aumento da frequência de micronúcleos estava associado com a diminuição da concentração de glutationa reduzida e da atividade da enzima glutationa S-transferase, evidenciando o papel fundamental de ambos antioxidantes na proteção dos danos de DNA causados pelo benzeno. A vitamina C foi o único antioxidante exógeno que demonstrou papel protetor sobre o dano oxidativo. O tempo de exposição apresentou influência sobre os biomarcadores de efeito avaliados, bem como sobre o ácido trans, trans-mucônico, destacando a importância do uso destes biomarcadores no biomonitoramento contínuo da saúde dos trabalhadores expostos. Em conjunto, esses resultados podem contribuir para a detecção precoce de possíveis alterações causadas pela exposição ocupacional ao benzeno, bem como para o estabelecimento de medidas preventivas para saúde do trabalhador, melhorando a sua qualidade de vida em médio e longo prazo. |