Estudo de ciclogêneses explosivas no Atlântico Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Avila, Vilson Dias de
Orientador(a): Alves, Rita de Cássia Marques
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189064
Resumo: O objetivo deste trabalho foi estudar casos de ciclogênese explosiva no sul do oceano Atlântico, tendo em conta que estes fenômenos são potencialmente perigosos por causa dos ventos fortes, precipitação intensa e redução da visibilidade decorrentes do aumento muito rápido do gradiente horizontal de pressão. Espera-se que os resultados deste trabalho, proporcionando um incremento dos conhecimentos sobre estes fenômenos, venham contribuir para a previsão dos mesmos. Para tal, foram utilizados os dados de reanálise do MERRA-2, bem como imagens do satélite GOES-13, no Canal 3 do Vapor d’água. Foram detectados os casos de ocorrência de ciclogêneses explosivas, ou seja, aqueles casos em que ocorreu uma taxa de aprofundamento da pressão central de pelo menos um Bergeron (queda de 1hPa/h durante 24 horas), para o período compreendido entre os anos de 2012 e 2016, e classificados segundo a intensidade pelo critério de Sanders. Foi detectado um número bem maior de ciclones comparado com outras literaturas, provavelmente por causa da melhor qualidade dos dados de reanálises de alta resolução e pela inspeção direta destes dados, mas com resultados semelhantes no que se refere a detecção de mais casos no inverno e média de apenas dois casos fortes por ano. Foram selecionados casos de inverno e de verão segundo a intensidade para comparação, bem como um ocorrido na primavera que apresentou características muito especiais de ciclone subtropical. Foi verificado que em todos os casos ocorre anomalia da tropopausa dinâmica com intrusão de ar seco com altos valores de vorticidade potencial da estratosfera na região de formação do ciclone. Foi observado também, que a ciclogênese tende a ocorrer quando ocorre confluência, seguida de difluência, dos jatos polar e subtropical sobre o sul da América do Sul ou do oceano Atlântico, com a geração de um jet streak (máximo de velocidade do vento na corrente de jato) na região onde os jatos confluem e o ciclone em superfície formando-se na saída deste jet streak, já na direita desta saída, ou tendendo para a direita na sequência, ou seja, para o lado polar do jato, o qual tem circulação ciclônica. A intensidade da ciclogênese está associada com a perturbação dos jatos traduzida como forte ondulação, de origem baroclínica, e envolvendo uma interação do escoamento anticiclônico em altos níveis no lado equatorial do jato subtropical, com o escoamento ciclônico em altos níveis no lado polar do jato polar, tendo como resultado desta interação a confluência destes jatos sobre o sul da América do Sul, com energia potencial e cinética sendo tomada de um dos jatos pelo outro ao difluir. Além disso, observa-se que o escoamento de ar quente e úmido proveniente da Amazônia contribui para os desenvolvimentos explosivos. A totalidade dos casos estudados neste trabalho indicaram que os ciclones explosivos desenvolvem-se segundo o modelo conceitual de Shapiro e Keyser (1990).