Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Schmitz, Ingrid Oyarzábal |
Orientador(a): |
Marcello, Fabiana de Amorim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257464
|
Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo analisar como as crianças Guarani evidenciam a si e ao seu mundo nas narrativas do cinema Guarani. Para tanto, trouxemos três dimensões centrais que, juntas, compõem nosso repertório conceitual: a primeira dimensão se desdobra em considerar os conceitos de “infância global”, “infâncias do sul” e “norte global” (BALAGOPALAN, 2002, 2019; CASTRO, 2020, 2021; CONNELL, 2013; HANSON, 2018; ABEBE, LYSÅ e DAR, 2021), ao passo que, compreendemos que são dimensões construídas a partir da imposição epistêmica colonial ainda vigente (QUIJANO, 2005; MIGNOLO, 2007; QUINTERO, FIGUEIRA e ELIZALDE, 2019). A segunda dimensão se organiza a partir de uma ampla revisão bibliográfica em torno de trabalhos que se dedicaram, de alguma forma, a olhar para as crianças indígenas dos mais diversos povos brasileiros. A partir disso, a ideia foi estabelecer discussões em comum, isso no intuito não de fortalecer e evidenciar uma única e mesma “infância indígena”, mas antes apontar para suas singularidades compartilhadas, como a criança em movimento; a criança como novidade e, ao mesmo tempo, como corpo dotado de história; e, a criança como ator social (ALVARES, 2012; CATAFESTO DE SOUZA, 2010; CODONHO, 2012; COHN, 2002, 2021; LECZNIESKI, 2012; LIBARDI, SILVA, 2018; MACIEL, MONACHINI, PEDRO, 2018; MENEZES, BERGAMASCHI, 2015; OLIVEIRA, 2012; SEIZER DA SILVA, 2016; TASSINARI, 2007; ZOIA, PERIPOLLI, 2010). Por fim, a terceira dimensão se dedica à caracterização do que hoje vem sendo entendido como “cinema indígena”, em que emerge, de modo especial, o fato de seus filmes serem marcadamente produções de caráter coletivo (CACHOEIRA e BONIN, 2019; COSTA e GALINDO, 2018; FELIPE, 2019; FERREIRA, 2018; MACIEL, MONACHINI, PEDRO, 2018; SOARES e SALES, 2021) e de se organizarem como uma forma de crítica à história “oficial” (BARROS, 2018; DELGADO, 2018), construindo contranarrativas (FELIPE, 2019; SOARES e SALES, 2021) ou narrativas contra-hegemônicas (FERREIRA, 2018); metafilmes (FELIPE, 2019). Metodologicamente, selecionamos oito filmes para comporem o corpus da pesquisa - filmes que responderam a escolha sustentada tanto pelo arcabouço teórico aqui mobilizado, como, especialmente, por uma rigorosa pesquisa nas produções veiculadas em festivais de cinema indígena e infantis disponíveis online. São eles: Cordilheira de Amora II (2015); Kyringue mbya onheovanga regua – Brincadeira das crianças Guarani (2017); Kyringue Rory’i, o sorriso das crianças (2018); Mbya Mirim – Palermo e Neneco (2013); Mondeo (2015); Nossos espíritos seguem chegando – Nhe’ẽ kuery jogueru teri (2021); No caminho com Mario – Mario Reve Jeguatá (2014); Para’í (2018). Na análise, além dos conceitos anteriores, buscamos consolidar um diálogo entre as produções fílmicas Guarani e produções acadêmicas que se dedicam às crianças Guarani (CATAFESTO DE SOUZA, 2010; MELO, 2012; MENEZES, BERGAMASCHI, 2015; OLIVEIRA, 2012; PISSOLATO, 2006; SILVA, 2019; VALIENTE, PALMA, 2021), considerando dois eixos de análise: a mobilidade das crianças Guarani e o corpo-território; e, a criança sonhada, na dimensão de uma criança Guarani como um sujeito pleno. |