Palavras e textualidades interespecíficas no Cinema Guarani: notas a partir de Mokoi Tekoá, Petei Jeguatá e Bicicletas de Nhanderu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pacheco, Luan Carlos Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25487
http://dx.doi.org/10.22409/PPGA.2020.m.06495860935
Resumo: Esta dissertação apresenta uma investigação da palavra nos filmes Mokoi Tekoá Petei Jeguatá (2008) e Bicicletas de Nhanderu (2011), ambos realizados pelo Coletivo Guarani Mbya de cinema do Rio Grande do Sul. Minha abordagem parte de uma análise fílmica plano a plano, onde me atenho aos aspectos materiais do produto fílmico, para, a partir deles, realizar conexões entre a palavra no cinema e os estudos etnológicos sobre os povos guarani. Afim de discutir o lugar da palavra a partir de sua especificidade cosmológica, recorro à etnologia guarani e ameríndia, por meio dos trabalhos de Gonçalves (2001), Viveiros de Castro (1986), Nimuendaju (1987), Cadogan (1959), Schaden (1974), Pierre Clastres (1990), Hélène Clastres (2016, 1978), Macedo e Sztutman (2014), Course (2011), Lima (1996), Pierri (2013), Ladeira (2007) e Affonso (2014). Articulando antropologia do cinema e teoria cinematográfica, efetuo ainda uma revisão da literatura produzida sobre os dois filmes analisados com o intuito de me aproximar dos debates que tais produções vêm suscitando na ciência brasileira através dos trabalhos de Caixeta de Queiroz (2008), Ferraz (2019), Brum & Jesus (2015) e Lacerda (2018), Brasil (2012, 2013, 2014), Barros (2014) e Rego, Przybylski & Silva (2016). Do entrelaçamento entre a análise fílmica e a literatura, concluo com uma reflexão sobre como o conceito de palavra (nhe’ẽ) se encontra ampliado no cinema guarani, correspondendo a uma noção de textualidade que se encontra para além da oralidade, inscrita nos corpos, nas paisagens e nos fenômenos do mundo.