Linguagem e subjetividade do cego na escolaridade inclusiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Santos, Sueli Souza dos
Orientador(a): Mutti, Regina Maria Varini
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/12199
Resumo: Nesta tese, propomo-nos a analisar efeitos de sentido no discurso de alunos cegos e de professores cegos e videntes. Temos como propósito a educação inclusiva, sob a perspectiva da linguagem e subjetividade do cego no processo de educação formal escolarizada. Buscamos compreender como são produzidos sentidos na experiência pedagógica da inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais, tendo em vista trazer elementos para novas significações educacionais. Fundamentamos a pesquisa, principalmente, em conceitos da teoria da Análise de Discurso (AD) de linha francesa, criada por M. Pêcheux e teoria enunciativa de Authier-Revuz, autores que consideram a interface dos campos teóricos da linguagem e da psicanálise de Freud e Lacan, bem como nos estudos que configuram a área da Educação Inclusiva de portadores de deficiência. Trabalhamos com conceitos tais como os de discurso, interdiscurso, intradiscurso; enunciação e heterogeneidade, não-coincidências do dizer, conceitos estes que abrem um leque de articulações com a psicanálise e o complexo campo das questões de identidade, singularidade, subjetividade, bem como da pulsão escópica, implicados na constituição das representações discursivas, tanto dos deficientes visuais como dos videntes. O corpus da pesquisa foi constituído a partir de transcrições de gravações de observações diretas em sala de aula em classes de pré-alfabetização e alfabetização e outros contextos escolares, durante dois anos, e ainda a partir de entrevistas semi-estruturadas, realizadas com alunos cegos em estágio avançado de escolarização, com professores licenciados cego e vidente, atuantes em classes inclusivas, na cidade de Porto Alegre-RS. A análise discursiva, efetivada a partir de recortes destacados, foi conduzida de modo a evidenciar efeitos de sentidos produzidos pelos sujeitos. As conclusões da análise evidenciam a singularidade de cada experiência relacionada à inclusão escolar do cego. Propõe-se a abertura para uma investigação constante e sistemática de avanços e recuos das possibilidades de trabalho em educação inclusiva, de modo que os novos fazeres e relações pedagógicas promovam um contínuo movimento revitalizador do processo educativo, o qual está sempre em construção, quer se trate de cegos, videntes ou portadores de qualquer tipo de diferença. A educação deve ser sempre inclusiva.