Relações entre língua, ideologia e subjetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lenz, Cristiane
Orientador(a): Zandwais, Ana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131722
Resumo: Este trabalho tem por objetivo pensar de que forma a língua se constitui em suas relações com o que é da ordem do subjetivo e do ideológico, haja vista que nos movimentamos sobre as bases materialistas dos estudos da linguagem. Na medida em que compreendemos que os processos de constituição do sentido não estão predispostos em um sistema que se organiza unicamente por leis internas, buscamos realizar um percurso teórico que dê conta de observar de que forma a Filosofia da linguagem de base materialista concebe a língua como uma materialidade que se constrói a partir de condições ideológicas de produção e do sujeito ideologicamente determinado. Para tais fins, realizaremos um percurso de leitura que se inicia com Mikhail Bakhtin e Valentin Volochínov, em Marxismo e Filosofia da Linguagem (2009), visto que esses autores desenvolvem o conceito de signo ideológico e observam a necessidade de investigar a língua sob o prisma social e histórico. Além disso, essa obra traz uma reflexão crítica acerca das tendências do pensamento filosófico-linguístico, denominadas objetivismo abstrato, que é própria dos estudos formalistas, e subjetivismo idealista, própria dos estudos que tratam da subjetividade como fato individual. Essa crítica é essencial para compreendermos de que forma a proposta materialista de Bakhtin / Volochínov se constrói de forma a responder a questões que as duas tendências abordadas não respondem satisfatoriamente. Em um segundo momento de nosso trabalho, observamos a necessidade de fazer a leitura da obra de Louis Althusser, Sobre a reprodução (2008), para compreendermos, no mínimo, três aspectos. Primeiro, de que forma Althusser redimensiona os estudos marxistas a partir do seu estudo sobre os Aparelhos Ideológicos de Estado. Segundo, como se constrói o seu conceito material de ideologia. Terceiro, de que forma a sua tese da interpelação inaugura um conceito de sujeito ideológico na França. A partir disso, nos encaminhamos para a reflexão sobre o modo como Michel Pêcheux (2009) desenvolve uma teoria do discurso que investiga a língua e o discurso sob uma perspectiva materialista e compreende o sujeito e a ideologia como constitutivos do sentido. Deste modo, procedemos à leitura de Semântica e Discurso (2009) e outros textos da obra Por uma análise automática do discurso (2010), organizada por Françoise Gadet e Tony Hak, considerando que estes estudos são basilares para a compreensão do pensamento de Michel Pêcheux no que tange às relações entre língua, subjetividade e ideologia.