Resumo: |
Base Teórica: Demência é uma síndrome clínica que acarreta prejuízos cognitivos e comprometem a funcionalidade e independência de idosos, geralmente a partir de 65 anos. Para além do próprio paciente, a família também é particularmente afetada. Muitas vezes, os cuidados são gerenciados por cuidadoras mulheres da família do próprio paciente. Com isso, a saúde da cuidadora também é acometida; sintomas depressivos e ansiosos, sobrecarga, desgaste e diminuição na qualidade de vida são percebidos. Objetivo: Avaliar a eficácia de um protocolo de psicoeducação e suporte, realizado por telefone, na redução da sobrecarga a que estão submetidas cuidadoras de pacientes com demência. Método: Ensaio clínico randomizado, paralelo, parcialmente cegado. O desfecho primário foi a diferença da sobrecarga do cuidador entre as semanas 1 (T0) e a semana 8 (T1), medida pelo instrumento Zarit Burden Interview – ZBI. Os desfechos secundários foram sintomas depressivos e ansiosos, qualidade de vida, sintomas neuropsiquiátricos no paciente, impacto desses sintomas na cuidadora e funcionalidade do paciente. O grupo intervenção recebeu 8 ligações telefônicas de psicoeducação e suporte entre o T0 e T1. O grupo controle seguiu com os cuidados habituais de saúde e receberam uma cartilha com orientações sobre a doença. Resultados: Este trabalho ainda está em andamento e os resultados apresentados referem-se a aproximadamente metade do tamanho da amostra planejada. Importante salientar que os profissionais responsáveis pela intervenção e os participantes da pesquisa seguem cegados para as presentes análises. Foram avaliadas até o momento 77 cuidadoras, 39 no grupo controle e 38 no grupo intervenção. No desfecho primário, sobrecarga do cuidador, não foi encontrado diferença. Nos desfechos secundários, o grupo intervenção melhorou em relação ao grupo controle nos sintomas de ansiedade (efeito de Cohen de tamanho 0,34); sintomas depressivos (tamanho de efeito de Cohen de 0,24) e qualidade de vida (tamanho de efeito de Cohen de 0,31) nos tempos T0 (baseline) e T1 (oito semana após). Conclusão: Esses resultados são preliminares e devemos esperar o término do estudo para conclusões mais robustas. Até o momento, não encontramos diferença para o desfecho primário. Em relação aos desfechos secundários, observamos que o protocolo possa ser efetivo para melhora dos sintomas depressivos, ansiosos, qualidade de vida e sintomas neuropsiquiátricos. |
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