Qualidade de vida auto relatada por cuidadores familiares de idosos com demência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Pessotti, Carla Fabiana Carletti
Orientador(a): Tedrus, Gloria Maria de Almeida Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: PUC-Campinas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/16334
Resumo: Introdução: A longevidade da população traz como decorrência natural o aumento na prevalência de doenças associadas ao envelhecimento como as demências, de acordo com a classificação atual do DSM 5 (2013), as demências estão na categoria Transtorno Cognitivo Maior, é uma síndrome que pode ocorrer em diversas condições patológicas, tem como característica o desenvolvimento múltiplo de déficits cognitivos com prejuízos em atividades básicas e instrumentais da vida diária (AIVD/AVD), sendo necessários cuidados específicos. No Brasil é comum os cuidados por familiares/cuidadores. O objetivo deste estudo foi descrever qualidade de vida e sobrecarga de familiares/cuidadores de pacientes com demência; analisar e comparar as relações entre qualidade de vida e sobrecarga do cuidador. Casuística e procedimentos: Foram estudados 50 familiares/cuidadores (GFC) e 50 pacientes com demência (GDM) correspondentes aos familiares/cuidadores. No GFC foram avaliados aspectos sociodemográficos, qualidade de vida, sobrecarga, sintomas depressivos, índice de religiosidade e resiliência através dos instrumentos Qvd-DA; Burden Interviw, BDI, PDUREL e Escala de Resiliência. No GDM foram avaliados aspectos sociodemográficos, cognitivos, neuropsiquiátricos e AIVD/AVD através dos instrumentos MEEM, INP, Teste de Fluência Verbal Semântica, Teste do Desenho do Relógio e DAD. Os dados foram analisados, relacionados e comparados entre os GFC, GDM, GDA e GNDA. Foram utilizados testes estatísticos com nível de significância p< 0,05. Resultados: GFC predominou o gênero feminino (88%), principalmente filhas (54%) e esposas (32%), a maioria casada, com idade média entre 50 e 60 anos e com 8 anos de escolaridade, tarefa de cuidar há 4 anos e 19 horas diárias em média. GDM houve distribuição homogênea entre gêneros, acima dos 70 anos (78%) com predomínio na DA (68%), casados (44%) e viúvos (52%), 82% dos pacientes possuíam algum tipo de renda. GFC apresentou sobrecarga moderada, sem sintomas depressivos, elevado índice de religiosidade intrínseca com praticas diárias de rituais religiosos individuais e frequência regular a instituições religiosas, elevada percepção de qualidade de vida e alto índice de resiliência. Quanto à gravidade do comprometimento cognitivo e neuropsiquiátrico, os pacientes do GDA apresentaram melhor desempenho do que pacientes do GNDA. Conclusão: A tarefa de cuidados à pacientes com demência é onerosa, os achados sugerem adaptação dos familiares/cuidadores à situação vivenciada, demonstraram sobrecarga moderada; sintomas depressivos mínimos; engajamento em práticas religiosas; elevada percepção de qualidade de vida e elevada resposta de resiliência frente às diversas situações. Familiares/cuidadores com sintomas depressivos apresentaram maior percepção de sobrecarga, menor resposta de resiliência, maior percepção de comprometimento da qualidade de vida e maior religiosidade intrínseca. Aqueles que possuíam maiores respostas de resiliência, apresentaram menor ocorrência de sintomas depressivos, menor percepção de sobrecarga e conseqüente maior percepção de melhor qualidade de vida. Esse dado indica que cuidadores com respostas de resiliência apresentam menos sintomas depressivos.