Estilos parentais percebidos por indivíduos com disforia de gênero atendidos em hospital universitário do Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Garcia, Claudia Correa Garcia de
Orientador(a): Lobato, Maria Inês Rodrigues
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/240421
Resumo: Os modelos familiares, de modo geral, são estabelecidos segundo as práticas educativas oferecidas pelos pais. De acordo com a parentalidade exercida, aspectos positivos e/ou negativos podem ser identificados ao longo do desenvolvimento dos filhos. Esta dissertação tem como objetivo identificar a percepção que indivíduos com Disforia de Gênero (DSM-5-APA-2013) atendidos no Programa de Transdisciplinar de Identidade de Gênero (PROTIG) do Hospital de Clínicas do Porto Alegre (HCPA) têm sobre o estilo parental vivenciado e qual o modelo de estilo parental mais presente. O Inventário de Estilos Parentais (IEP) foi utilizado para identificação dos estilos parentais. Este questionário é composto de 42 itens, dividido em sete práticas educativas diferentes adotadas por seus pais e/ou cuidadores. Oitenta e dois indivíduos foram entrevistados no PROTIG/HCPA, tendo sido obtidos 145 protocolos, 65 referentes a pais e 80 referentes a mães. Os homens e mulheres transexuais tiveram uma percepção média positiva de sua relação com suas mães (média = 0,13) e uma percepção média negativa em relação aos seus pais (média = -5,28). As mulheres transexuais tiveram, em média, uma percepção positiva de seu relacionamento com suas mães e uma percepção negativa de seu relacionamento com seus pais. Essa diferença de percepção foi principalmente na área de práticas positivas; as mulheres sentiam que suas mães exibiam práticas mais positivas nos itens monitoramento positivo (A) e comportamento moral (B) do que seus pais. Quando comparamos práticas negativas (C+D+E+F+G), não foram evidenciadas diferenças entre os estilos parentais materno e paterno na percepção de mulheres transexuais. Entretanto, a negligência (D) foi considerada significativamente pior na percepção de homens transexuais em relação aos seus pais do que na percepção de mulheres transexuais em relação às suas mães. No geral, a percepção de homens transexuais em relação às práticas educativas das mães foi maior do que sua percepção em relação às práticas educativas dos pais, entretanto sem diferença estatística significativa. Os achados nesta amostra estudada sugerem um cenário no qual as mães aceitaram mais a disforia de gênero, definida pelo DSM-5, tanto para homens quanto para mulheres transexuais.