Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Ester da Costa Rezena |
Orientador(a): |
Quincozes-Santos, André |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/272107
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Resumo: |
O córtex cerebral desempenha diversas funções, estando envolvido nos processos de locomoção, aprendizagem e memória. Esta estrutura também está diretamente relacionada aos mecanismos de diversas doenças neurológicas. Os astrócitos são células da glia com importantes funções, como por exemplo, homeostase dos neurotransmissores glutamato e ácido gama-aminobutírico (GABA), respostas antioxidante e anti-inflamatória, bem como formação e manutenção da barreira hematoencefálica (BHE). Contudo, essas funções fisiológicas podem sofrer declínio a longo prazo e contribuir para distúrbios característicos do envelhecimento. Nesse contexto, estudos in vitro se concentraram na cultura de roedores neonatos para definir características bioquímicas, celulares e moleculares dos astrócitos. No entanto, devido a imaturidade das conexões celulares em animais jovens, a cultura de astrócitos proveniente de animais adultos representa uma importante ferramenta para investigar o possível impacto da exposição a estratégias glioprotetoras em células maduras. Dentre as diversas moléculas com efeitos benéficos, a melatonina é um hormônio da glândula pineal responsável por controlar o ritmo circadiano, resposta antioxidante, resposta inflamatória, fatores de transcrição e biogênese mitocondrial. Logo, a melatonina pode fornecer respostas glioprotetoras. Neste sentido, glioproteção se refere a um conjunto de estratégias que fornecem proteção ao sistema nervoso central (SNC) através das células glias. A partir do exposto acima, investigamos os efeitos da melatonina na cultura de astrócitos de córtex de ratos Wistar adultos (90 dias), avaliando a viabilidade e metabolismo celular, parâmetros astrocitários como atividade da enzima glutamina sintetase (GS), conteúdo da glutationa (GSH) e a expressão do RNAm da enzima limitante da síntese de GSH, glutamato cisteína ligase (GCL); liberação de fatores tróficos e vias de sinalização relacionadas aos efeitos da melatonina. Nossos resultados mostram que a melatonina não alterou a viabilidade das culturas de astrócitos, bem como os níveis de lactato extracelular em relação ao controle experimental. Quanto aos parâmetros glutamatérgicos, não houve alteração na GS, GCL ou no conteúdo da GSH. Contudo, a melatonina causou uma significativa redução da expressão dos fatores de transcrição nuclear kappa B (NFκB), ciclooxigenase-2 (COX-2) e óxido nítrico sintase induzível (iNOS). Os mediadores inflamatórios interleucina 6 (IL-6) e 10 (IL-10) também aumentaram pós tratamento com a melatonina. Adicionalmente, a melatonina causou o aumento do fator de transcrição nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2 (Nrf2) e a sirtuína 1 (SIRT1), e reduziu o RNAm da proteína cinase ativada por monofosfato de adenosina (AMPK) e do coativador-1 alfa do receptor ativado por proliferadores de peroxissoma gama (PGC-1α). Assim, os resultados sugerem que na cultura de astrócitos de roedores adultos, a melatonina foi capaz de promover ações anti-inflamatórias através da ação direta sobre mediadores inflamatórios e/ou por vias clássicas associadas à neuroinflamação, além de regular mecanismos protetores relacionados a este hormônio, como por exemplo Nrf2/SIRT1. Assim, a presente dissertação mostrou pela primeira vez os potenciais efeitos glioprotetores da melatonina em culturas de animais adultos. |