Efeitos do balanço hídrico em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lopes, Clarice Laroque Sinott
Orientador(a): Piva, Jefferson Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188917
Resumo: Introdução: Os pacientes admitidos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estão sujeitos à sobrecarga hídrica acumulada (SHA), recebem volume endovenoso pela ressuscitação agressiva, preconizada nas recomendações de tratamento do choque séptico, e ainda de outras fontes de líquidos relacionadas às medicações e suporte nutricional. Durante a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) o glicocálice endotelial é danificado, favorecendo o extravasamento fluídico, traduzido em edema intersticial. A estratégia liberal de oferta hídrica tem sido associada a maior morbidade e mortalidade. Apesar de haver poucos estudos prospectivos pediátricos, novas estratégias estão sendo propostas. O extravasamento para o terceiro espaço se traduz em maior tempo de ventilação mecânica, maior necessidade de terapia de substituição renal e mais tempo de internação na UTI e no hospital, entre outros. Objetivo: Avaliar a sobrecarga hídrica cumulativa nas primeiras 72 horas e suas consequências em crianças submetidas a ventilação mecânica. Métodos: Estudo observacional através da análise retrospectiva de prontuários de pacientes admitidos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica de um Hospital terciário de referência no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2016. Foram elegíveis todos os pacientes entre 30 dias e 18 anos de vida que internaram na UTI e que tiveram necessidade de suporte ventilatório. Foram coletados dados clínicos e demográficos, a sobrecarga hídrica acumulada (SHA%) foi calculada como (fluídos administrados-fluídos eliminados/peso na admissão) x100% e foi coletada nas primeiras 72 horas pós intubação e instituição da ventilação mecânica. A análise estatística foi realizada no software SPSS 20.0. Resultados: Foram incluídos 186 pacientes; a mediana de idade foi 13,8 meses (IQR 3,8-34,0), a mortalidade foi de 12,4%. A SHA% em 72 horas teve uma mediana de 7,98 (IQR 3,35 – 11,2). Na estratificação dos grupos quanto à porcentagem de sobrecarga hídrica estiveram associados a SHA% >10%, necessidade de maiores parâmetros ventilatórios (PIP e PEEP; p 0,023,0,003), maior necessidade de terapia de substituição renal (p 0,02) e maior proporção de óbitos. Porém, na análise multivariada a sobrecarga hídrica acumulada em 24, 48 e 72 horas não foi fator independente para mortalidade quando corrigida para a gravidade, neste estudo avaliado pelo PIM 2. O poder da amostra foi de 85% (p>0,05). Conclusão: a sobrecarga hídrica está associada a piores desfechos, como necessidade de maiores parâmetros ventilatórios e mais necessidade de terapia de substituição renal, no entanto sobrecarga hídrica precoce não determinou mortalidade na população estudada.