Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Fante, Eliege Maria |
Orientador(a): |
Girardi, Ilza Maria Tourinho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/211242
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Resumo: |
Nesta tese buscamos compreender como o jornalismo do Correio do Povo (CP) construiu o discurso do desmonte da política pública ambiental do Rio Grande do Sul entre 2003 e 2018 em um contexto de neoliberalismo global. Tomamos o Jornalismo como uma forma de conhecimento (PARK, 1940; GENRO FILHO, 1987; MEDISCHT, 1997) relacionado ao poder associado à sua prática (GROTH, 2011) e contamos com o instrumental teórico e metodológico da arqueologia foucaultiana (FOUCAULT, 1999c; 2002) para responder o nosso problema de pesquisa sobre quais transformações ocorreram neste discurso sobre esta política que é objeto de disputa permanente entre os saberes e os poderes na sociedade. Em acordo com os objetivos específicos mapeamos a circulação dos enunciados e os acontecimentos discursivos, descrevemos os efeitos de verdade, a formação dos saberes sobre a política ambiental que circularam nas notícias e o funcionamento do discurso do jornalismo do CP. O Jornalismo faz circular verdades baseado na própria credibilidade, verdades portadoras de saberes que podem gerar efeitos sobre a vida do público leitor, individual e coletiva, e somar para a constituição de subjetividades. O discurso do desmonte da política ambiental do Rio Grande do Sul não foi um discurso do jornalismo do CP, mas foi um discurso que o jornalismo do CP reproduziu e, por consequência, produziu, a partir da decisão de garantir as informações através de fontes oficiais e limitadas aos cargos de chefia dos poderes Executivo, Legislativo e entidades do setor econômico-produtivo e empresas vinculadas. Este discurso do desmonte da política ambiental caracterizou-se pelo uso dos termos do liberalismo e do neoliberalismo (FOUCAULT, 2008) como reestruturação, desburocratização, entre outros, em relação às leis e aos órgãos estaduais. Esta prática discursiva procurou persuadir o público para aderir a uma verdade unidimensional e foi evidenciada pela polarização das informações entre aspectos positivo e negativo, e pela oposição entre fontes favoráveis e contrárias ao desenvolvimento. Entre as transformações que verificamos no discurso do jornalismo do CP no período sob análise, estão: gradativa redução da cobertura de pautas ambientais; crítica crescente à Fepam (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e ao licenciamento; acontecimentos discursivos de reivindicação ou justificativa para alterar leis (flexibilização, modernização e atualização) e para descentralizar o licenciamento (retirada da Fepam) através da habilitação dos municípios e do autolicenciamento; exígua cobertura sobre a depredação do patrimônio público ambiental; precária e decrescente cobertura sobre as atividades da Fundação Zoobotânica após a extinção confirmada pelo Executivo e Legislativo. |