Deficiente versus pessoa portadora de deficiência : uma análise discursiva dos jornais Zero Hora e Correio do Povo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: De Carli, Ruvana
Orientador(a): Benetti, Márcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/17552
Resumo: Esta pesquisa consiste em uma leitura do noticiário sobre pessoas portadoras de deficiência nos jornais Zero Hora e Correio do Povo, de Porto Alegre, sob a perspectiva da Análise do Discurso. Com o objetivo de "desnaturalizar" o processo de produção do discurso jornalístico em relação à forma como retrata a pessoa portadora de deficiência, questiona-se se esse retratar reforça ou não o estigma do déficit. Em um corpus de 87 notícias, publicadas entre 1º de agosto e 30 de setembro de 2001, foram mapeadas as formações discursivas dominantes e identificados alguns dos enunciadores que as originam, localizando-se as falas oriundas de duas vertentes: das entidades assistenciais e profissionais que trabalham com pessoas portadoras de deficiência, de um lado, e dos movimentos sociais, de outro - vozes que permeiam o discurso jornalístico e ajudam a configurá-lo. Buscou-se compreender as condições específicas de produção do discurso jornalístico e identificar a tensão existente entre os discursos emergentes dos movimentos sociais de pessoas portadoras de deficiência, os discursos circundantes e que versam a respeito destas pessoas e o discurso jornalístico sobre esta parcela da população. Considerou-se que, anteriores ao discurso jornalístico, existem duas linhas discursivas dominantes circulando nos campos político e social: a linha da cidadania, que é o discurso das pessoas portadoras de deficiência e se refere aos movimentos no sentido de buscar autonomia e igualdade de condições de acesso aos vários campos da vida; e a linha do assistencialismo, um discurso sobre, que circunda as pessoas portadoras de deficiência, fundando sua perspectiva pelo viés do déficit: a pessoa portadora de deficiência seria alguém a quem, antes de mais nada, falta algo e, por isso, precisa de atendimento externo.