Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Ruiz, Eliziane Nicolodi Francescato |
Orientador(a): |
Gerhardt, Tatiana Engel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/79051
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Resumo: |
Trata-se de um estudo que teve o objetivo compreender a implicação que os encontros em redes sociais têm no adoecer crônico rural. O ponto de partida foi problematizar o cotidiano das pessoas, e com isso apreender o mundo vivido pelos adoecidos crônicos. Um vivido que não é só biológico, individual e local, mas também cultural, relacional e inserido na contemporaneidade, com as benesses e as contradições que ela traz. Para tanto, foi realizado estudo etnográfico de maio de 2011 a janeiro de 2012 na localidade rural Rincão dos Maia, no município de Canguçu/RS. Os dados foram produzidos por meio de observação participante, anotações em diário de campo e entrevistas semiestruturadas. O processo analítico foi orientado pela antropologia interpretativa, tendo como base o referencial teórico da Dádiva de Marcel Mauss. Como achado apreendeu-se que mesmo que se tenha menos tempo para alimentar as relações face a face, mesmo que muitas das políticas públicas persistam em chegar até eles com um cunho assistencial, e mesmo que as formas de se trabalhar estejam sendo modificadas pela indústria fumageira, há resistências. Resistências essas que os caracterizam e aparecem tanto na sua forma de viver a vida quanto de experienciar o adoecimento: o valor da presença da família; a coragem/valentia para enfrentar os problemas; a busca pelo direito que preserve a dignidade; o valor do outro e o compromisso que lhe é dedicado em qualquer relação. Ler o adoecimento pela ótica da dádiva mostrou que esse fenômeno, ao reacender a dinâmica das redes, pode obter delas doações tanto de cuidado e produção de saúde quanto de sofrimento. As redes sociais mostraramse com potencial para cuidar quando, na forma de afeto, cidadania e solidariedade reconhecem os adoecidos em seus valores camponeses locais, ou ao contrário, causam sofrimento ao desrespeitá-los nas suas especificidades. No entanto, sendo capaz de transformar seu adoecer em uma "situação" de adoecimento crônico, o adoecido age despertando novas respostas do entorno social ou novas relações. Disso tudo fica o entendimento de que o adoecer digno não está em outra parte que não no vínculo cotidiano com os outros, doando, recebendo e retribuindo reconhecimento. |