Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Buralli, Rafael Junqueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-05022016-145230/
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Resumo: |
O uso excessivo de produtos agrotóxicos na agricultura se tornou um problema de saúde pública e representa um risco à saúde humana, especialmente dos trabalhadores rurais e seus familiares. Os agrotóxicos são responsáveis por várias doenças e o sistema respiratório é especialmente sensível a esses contaminantes. Em São José de Ubá (SJU), a economia local é extremamente dependente do plantio de tomates, que demandam uso intensivo de agrotóxicos, principalmente organofosforados, carbamatos e piretróides. O monitoramento da saúde das populações expostas pode ser essencial para reduzir danos e mitigar riscos. Objetivo geral: Avaliar a prevalência de sintomas respiratórios e função pulmonar de trabalhadores rurais e familiares expostos a agrotóxicos no município de SJU. Materiais e Métodos: Estudo transversal com amostragem por conveniência em 48 trabalhadores rurais e 34 familiares. Foi realizada uma caracterização da área e população de estudo, entrevistas orientadas por questionário, levantamento de dados de morbidade e mortalidade, análise de marcadores biológicos, pesquisa de sintomas respiratórios e avaliação da função pulmonar. Resultados: A média de idade e tempo de exposição (em anos) dos trabalhadores rurais aos agrotóxicos foi de 42,9 e 30,2 anos e entre seus familiares foi 45,7 e 18,8 anos. 81,3 por cento dos trabalhadores rurais afirmaram ter contato com agrotóxicos no momento da pesquisa e 77,1 por cento dos produtores e 94,1 por cento dos familiares afirmaram estar expostos domesticamente aos agrotóxicos. Foi encontrada uma alta prevalência de sintomas respiratórios entre trabalhadores rurais (39,1 por cento com crise de tosse, 26,1 por cento com aperto no peito e 23,9 por cento com alergia no nariz e rinite) e entre seus familiares (41,4 por cento com crise de tosse, 41,4 por cento com alergia no nariz e rinite, 24,1 por cento com falta de ar e 20,7 por cento com aperto no peito). As medidas de exposição avaliadas estiveram significativamente associadas com alterações da relação de VEF1/CVF e FEF25-75 por cento encontradas na prova de função pulmonar, embora a relação de VEF1/CVF tenha perdido sua significância quando ajustada para tabagismo. Foi encontrada ainda uma associação significativa entre as medidas de exposição e alterações enzimáticas, mas perderam essa associação quando ajustadas por sexo. Conclusões: A população rural avaliada em SJU está exposta ocupacionalmente e ambientalmente a agrotóxicos e, como consequência, apresentou uma alta prevalência de sintomas respiratórios e algumas alterações na função pulmonar. Estes achados sinalizam para a vulnerabilidade do sistema respiratório a esses contaminantes. Sugere-se um acompanhamento longitudinal dessa população com uma ampliação do tamanho amostral e a adoção de um grupo controle para comparação dos resultados. |