Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Silva, Eliane Regina da |
Orientador(a): |
Soares, Geraldo Luiz Gonçalves |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/96878
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Resumo: |
A alelopatia, na qual uma espécie causa efeitos negativos sobre outra através da liberação de substâncias químicas, é um fenômeno que pode afetar comunidades vegetais. Em alguns casos, o estabelecimento de arbustos aromáticos em formações densas, com apenas poucas espécies ocorrendo em suas proximidades, é um padrão que tem sido relacionado aos efeitos fitotóxicos dos voláteis que os mesmos liberam. Em campos dos sul do Brasil, esse padrão de estabelecimento frequentemente ocorre para as espécies arbustivas aromáticas Heterothalamus psiadioides Less e Baccharis patens Baker, indicando a possibilidade de alelopatia. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo determinar se H. psiadioides e B. patens são fitotóxicas e se isso implica em efeitos negativos sobre a comunidade vegetal na qual os arbustos ocorrem. Em ensaios em laboratório, os efeitos dos voláteis liberados diretamente das folhas frescas e secas de H. psiadioides e B. patens foram testados sobre a germinação e o crescimento das plantas-alvo alface e cebola nas quatro estações do ano. Em um estudo em campo, foram avaliadas cobertura e biomassa vegetal, número de mudas, diversidade, riqueza, e variáveis de estrutura da vegetação no entorno de ambas as espécies arbustivas e onde não havia arbustos. Nos bioensaios, os voláteis de H. psiadioides e B. patens causaram inibição na porcentagem e velocidade de germinação e redução no tamanho da raiz e da parte aérea das plantas-alvo, sendo que folhas frescas apresentaram maior fitotoxidez. Esses parâmetros foram mais afetados por H. psiadioides que por B. patens em todas as estações, e os efeitos de ambas foram menores no verão. Em relação à investigação em campo, que objetivou avaliar os efeitos da espécie muito fitotóxica H. psiadioides sobre a comunidade vegetal, não foram observadas evidências de alelopatia. Houve maior riqueza e diversidade próximo a H. psiadioides, devido à menor cobertura de gramíneas dominantes. Variáveis de estrutura da vegetação e intensidade de luz explicaram os padrões observados de forma mais conclusiva que alelopatia. Esse estudo sugere que o potencial alelopático de plantas pode ser superestimado em bioensaios e que estudos em campo são necessários para demonstrar se efeitos alelopáticos são realmente relevantes em comunidades vegetais. Ainda, o trabalho ressalta a importância de conduzir estudos mais realistas em laboratório e de utilizar controles em estudos em campo. |