Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Yule, Tamires Soares |
Orientador(a): |
Dias, Edna Scremin |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2582
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Resumo: |
A região de transição entre o trópico e a zona temperada da América do Sul, apresenta uma vasta área de aproximadamente 800.000 km² de bosques e florestas semi-áridas, denominada Chaco ou Gran Chaco, que abrange a Argentina, Paraguai, Bolivia e uma pequena área do Brasil, no município de Porto Murtinho, MS. A vegetação desta área é definida pela sazonalidade, altas temperaturas e baixa disponibilidade hídrica, além do solo salino, impermeável e compactado, e em sua composição florística destaca-se a família Fabaceae. A alta representatividade dos componentes dessa família em ambientes com marcado déficit hídrico é relacionada à sua capacidade de rebrota após perturbações. A presença de estruturas subterrâneas especializadas como xilopódios, sóboles, lignotubers, raízes gemíferas, entre outros, com potencial de rebrote são relatados para espécies de ambientes secos como Chaco e Cerrado, por conferir resistência a seca, fogo e perda do sistema aéreo. Diversas espécies apresentam essa estratégia como compensação à dificuldade de reprodução sexuada e formação de bancos de sementes resistentes. Neste estudo foram avaliados os padrões morfológicos, a constituição anatômica e o potencial gemífero de nove espécies herbáceas e subarbustivas do Chaco brasileiro, por meio de técnicas usuais de anatomia e teste de potencial gemífero em casa de vegetação. Nas espécies avaliadas facilmente se distinguem dois grupos segundo a morfologia, o primeiro composto pelas espécies Galactia latisiliqua e G. paraguariensis, Mimosa polycarpa e Senna pilifera, com ramificações difusas próximas a região mediana, e o segundo com sistema subterrâneo fusiforme, com raiz principal e raízes laterais finas de quantidade variável, representado pelas espécies Arachis lignosa, Neptunia pubescens, Stylosanthes hamata, Tephrosia cinerea e Zornia reticulata. A. lignosa apresenta sistema subterrâneo composto de caule subterrâneo fusiforme seguido de raiz. O floema condutor da maioria das espécies ocupa pequena proporção do floema secundário. Elementos de vaso solitários, múltiplos de 2-3 ou em pequenos grupos, em arranjo radial, de pequeno diâmetro e comprimento e pouco freqüentes, predominaram na maioria das espécies. Fibras gelatinosas ocorreram em abundância, bem como acúmulo de amido no parênquima axial e radial de todas as espécies. Com exceção de S. hamata, todas as espécies apresentaram rebrote basal com formação de gemas próximas ao colo. Foi observada formação de gemas na porção mediana da raiz de Senna pilifera, caracterizando essa estrutura como raiz gemífera. As características obtidas para os tecidos dos sistemas subterrâneos das espécies avaliadas, como elementos de vaso de diâmetro reduzido, placas de perfuração simples, traqueídes vasicêntricas e acúmulo de amido no parênquima axial, bem como a capacidade de rebrota evidenciam a adaptação dessas espécies ao ambiente sazonal e demonstra suas estratégias de evitação ao estresse. |