O papel das interações sociais na ideação suicida durante a pandemia pelo COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Salgado, Thyago Antonelli
Orientador(a): Passos, Ives Cavalcante
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/233135
Resumo: Introdução: Embora as medidas de distanciamento social sejam necessárias para diminuir a disseminação do COVID-19, elas podem estar associadas à diminuição da quantidade de interação social (isolamento social) e à sensação subjetiva de estar só (solidão). Tanto o isolamento social quanto a solidão podem estar associados a diversos desfechos em saúde mental, incluindo a ideação suicida. A presente dissertação tem como objetivo avaliar o impacto de medidas objetivas e subjetivas das relações sociais na ideação suicida durante a pandemia pelo COVID-19. Métodos: Os dados são provenientes de uma pesquisa on-line longitudinal composta por três ondas de avaliação de adultos residentes no Brasil. Esta dissertação se baseia nas duas primeiras ondas (Onda 1: de 6 de maio a 6 de junho de 2020; Onda 2: de 6 de junho a 6 de julho de 2020). Avaliamos se possíveis fatores de risco relacionados às relações sociais (solidão, morar sozinho, não sair de casa e o número de dias de distanciamento social) na onda 1 estavam associados à ideação suicida na onda 1 e na onda 2 por meio de modelos de regressão múltipla. As análises foram ajustadas para variáveis sociodemográficas, de saúde mental e estilo de vida. Resultados: Um total de 8.104 (18-75 anos; 83.8% mulheres) participantes foram incluídos em nossa amostra transversal e 1.674 (18-75 anos; 86.5% mulheres) participantes foram incluídos em nossa amostra longitudinal. Morar sozinho (PR: 1.16; IC 95% = 1.03 – 1.30; p = 0.015), número de dias praticando distanciamento social (PR: 1.002; IC 95% = 1.000 – 1.004; p = 0.027) e solidão (PR: 1.49; IC 95% = 1.32 – 1.68; p <0.001) foram associados à ideação suicida na análise transversal da onda 1. Apenas a solidão (OR = 2.12; IC 95% = 1.06 – 4.24; p = 0.033) permaneceu como fator de risco para ideação suicida na análise longitudinal entre as duas ondas. Conclusão: A solidão esteve consistentemente associada à incidência de ideação suicida, enquanto outras variáveis, como morar sozinho, não sair de casa e o número de dias praticando distanciamento social, não. Portanto, medidas que abordem a sensação subjetiva de estar só são necessárias para reduzir a ideação suicida durante as pandemias.