Joaquim Pedro de Alcantara Dourado : um infame na instrução pública (Rio Grande do Sul/século XIX)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moreira, Gabriela Portela
Orientador(a): Almeida, Dóris Bittencourt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249740
Resumo: A presente dissertação investiga o percurso do professor Joaquim Pedro de Alcantara Dourado, que atuou na Instrução Pública, como professor de Primeiras Letras, em especial o período em que lecionou na Segunda Cadeira de Primeiras Letras na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, entre os anos de 1851 a 1856. Tendo esse professor “infame” (FOUCAULT, ANO) como um fio condutor, a pesquisa tem por objetivo aproximar-se dos percursos desse homem, além de conhecer sua história, discutir evidências da cultura escolar daquela temporalidade, em especial questões relacionadas à disciplina e práticas punitivas, por meio do exame de processos judiciais envolvendo este professor, entre outros documentos, produzidos no século XIX, no sul do Brasil. A pesquisa está inscrita no campo temático da História da Educação (FONSECA, 2008), e opera com pressupostos teóricos da História Cultural, em diálogo com o conceito de representação. O corpus documental é composto por correspondências da Instrução Pública, legislação (Regulamento para as Escolas de Ensino Primário -1842, Código Criminal – 1830), anúncios de aulas no jornal “O Diário de Rio Grande” e dois processos judiciais em que Joaquim foi réu, por supostamente ter castigado de forma imoderada dois alunos seus – José Maria Gomes e Joaquim Bernardino de Sena. Ao longo dessas investigações, outras acusações foram feitas ao professor Joaquim, como pedir dinheiro aos pais dos alunos, infanticídio e pederastia, tendo sido condenado em ambos os processos a suspensão do serviço público. A análise documental (CELLARD, 2008) do processo é feita a partir de três categorias: acusação, defesa e sentença. A pesquisa identificou que a profissão de professor, no século XIX, ainda que carregada de certa autoridade perante à comunidade, previa que os professores agissem como exemplo de moral e civilidade para seus alunos, impondo um severo regime de conduta para os docentes. Também identificou que os castigos escolares foram o principal mote para o processo contra o professor, embora aspectos de sua conduta tenham corroborado para sua condenação.