Gimnospermas permineralizadas do permiano da bacia do Parnaíba (Formação Motuca), nordeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Kurzawe, Francine
Orientador(a): Iannuzzi, Roberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200725
Resumo: A flora permiana permineralizada da Bacia do Parnaíba vem sendo estudada desde 1872, quando Brongniart descreveu Psaronius brasiliensis. Durante todo este tempo diversas pteridófitas foram descritas, mas, infelizmente, as gimnospermas ainda são precariamente conhecidas. Os fósseis gimnospermóides analisados neste trabalho provêm de depósitos da Formação Motuca, coletados em áreas dos estados de Tocantins, Piauí e Maranhão. Para a análise microscópica foram confeccionadas lâminas petrográficas. Ao todo foram laminadas 36 gimnospermas permineralizadas. Destas, apenas dez tinham preservação suficiente para o estudo taxonômico e sua afiliação a gêneros e espécies. Três amostras apresentaram um conjunto excepcional de características, permitindo a criação de três novos gêneros: Ductoabietoxylon, Parnaiboxylon e Scleroabietoxylon. Ductoabietoxylon solis apresenta medula heterocelular, com dutos e células secretoras, xilema primário endárqueo, pontoações radiais araucarióides e raios lenhosos abietóides. Parnaiboxylon rohnae possui medula homocelular, com canais, xilema primário endárqueo a mesárqueo e pontoações radiais araucarióides. Scleroabietoxylon chordas tem como principais características medula heterocelular, com esclereídeos, xilema primário endárqueo, pontoações radiais araucarióides e raios lenhosos abietóides. Além destes, cinco novas espécies foram criadas para gêneros já existentes. Damudoxylon buritaranaensis que possui medula heterocelular, com células secretoras, xilema primário endárqueo e pontoações radiais araucarióides. Damudoxylon humile e D. rosslerii apresentam medula homocelular, xilema primário endárqueo e pontoações radiais araucarióides, sendo que se diferenciam pela seriação das pontoações radiais, altura dos raios lenhosos e tipo de campos de cruzamento. Kaokoxylon punctatum mostra medula heterocelular com esclereídeos, xilema primário endárqueo e pontoações radiais araucarióides enquanto que Taeniopitys tocantinensis tem medula homocelular, com dutos, xilema primário endárqueo a mesárqueo e pontoações radiais araucarióides. Por último, duas formas foram relacionadas aos gêneros Parnaiboxylon e Taeniopitys. Nestas a preservação não permitiu sua classificação em nível específico. Como se pode perceber, as formas descritas apresentaram uma enorme variabilidade anatômica, porém todas mostraram uma característica em comum: a exclusividade de pontoações araucarióides nas paredes radiais dos traqueídeos. Durante o Permiano, o tipo misto de pontoação era o mais comum no Gondwana, enquanto o tipo araucarióide era mais comum na Euro-américa. Esta característica mostra que há uma maior afinidade desta flora com as do cinturão tropical da Euro-américa, situação já corroborada pelo encontro de pteridófitas de afinidade euro-americana no mesmo depósito.