Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Conceição, Domingas Maria da |
Orientador(a): |
Iannuzzi, Roberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/273033
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Resumo: |
Nos últimos anos, muitas prospecções paleontológicas nos depósitos da Formação Pedra de Fogo têm sido realizadas, as quais têm revelado muitos afloramentos paleobotânicos inéditos para o Permiano da Bacia do Parnaíba. Esses afloramentos contêm muitos espécimes gimnospérmicos autóctones, parautóctones e alóctones. Assim, a presente tese teve como objetivo principal fazer as classificações taxonômicas dos lenhos encontrados nesses trabalhos. Os caules foram coletados em duas regiões distintas da bacia e distantes 400 km entre si (Nova Iorque e Duque Bacelar, Maranhão) em afloramentos estratigraficamente correlacionáveis. O nível excelente de preservação anatômica do material, bem como a variabilidade na composição da medula, permitiram identificar cinco novos gêneros e seis novas espécies para os depósitos da unidade Pedra de Fogo. Três desses gêneros e, consequentemente, três espécies são endêmicas (Yvyrapitys novaiorquensis, Novaiorquepitys maranhensis e Ductolobatopitys mussae); um quarto gênero (Kaokoxylon Kräusel, 1956), previamente registrado em várias áreas do Gondwana, incluindo a Bacia do Parnaíba, é registrado pela primeira vez na unidade Pedra de Fogo, com a nova espécie Kaokoxylon brasiliensis; e um quinto gênero (Cordaixylon Grand'Eury, 1877), o qual é reportado pela primeira vez na América do Sul, com dois morfotipos, Cordaixylon sp. 1 e Cordaixylon sp. 2). A presença de caules autóctones nos afloramentos foi crucial para a formulação de interpretações paleoambientais a partir dos dados estratigráficos e consequentemente, faciológicos, sugerindo que essas plantas viviam às margens de sistemas lacustres amplos, influenciados por sistemas fluviais efêmeros, sob um regime de sazonalidade regional. Tais plantas, por viverem em áreas úmidas adjacentes a esses lagos, foram parcialmente protegidas contra os efeitos dos períodos de seca e variações do nível de base local. Essa interpretação é suportada pela presença de certas características anatômicas na medula e no xilema secundário, bem como pela presença de outras plantas típicas de terrenos úmidos, identificadas nos mesmos afloramentos. Por fim, os dados taxonômicos deste estudo, que incluem três gêneros endêmicos, reforçam a hipótese de que a flora dessa bacia pode ser entendida como uma nova unidade paleofitogeográfica, conforme sugerido por Neregato e colaboradores. Além disso, a presença de um gênero típico do Hemisfério Norte em ambas as áreas estudadas nesta bacia, e representadas por um número significativo de espécimes, levanta outras questões sobre a verdadeira composição florística da Bacia do Parnaíba. O x exame desse material pode, em um futuro próximo, revelar a presença de um número muito maior de táxons para os depósitos do Permiano desta bacia e, consequentemente, possibilitará construir um panorama paleofitogeográfico, a partir de mais dados taxonômicos. |