Efeitos da ação da cafeína sobre o desempenho de corredores metabolizadores rápidos e lentos : um ensaio randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, Rodrigo Quevedo
Orientador(a): Oliveira, Álvaro Reischak de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274914
Resumo: Os esportes de resistência têm registado um aumento exponencial no número de praticantes. São esportes caracterizados por exigir longos períodos de treinamento e competição tipicamente definidos como resistência à fadiga durante atividade física intensa de curta duração ou mesmo durante exercício submáximo prolongado, em que a intensidade utilizada pode ser moderada a alta, entre 75% e 85% do consumo máximo de oxigênio (VO2Max) ou frequência cardíaca máxima. O exercício nesta faixa de intensidade exige uma alta demanda de energia do corpo. A cafeína (CAF) é o alcaloide natural psicoativo mais popular que existe. É facilmente encontrado em muitos alimentos vegetais. Não é considerado um fármaco, mas sim uma droga com efeito estimulante do sistema nervoso central e muscular, principalmente. É um antagonista competitivo dos receptores de adenosina, reduzindo sua regulação negativa e atividade neurológica. O gene CYP1A1 afeta a taxa de metabolismo do CAF. Indivíduos com o genótipo A/A são metabolizadores rápidos, enquanto indivíduos A/C e C/C são metabolizadores lentos. O objetivo deste trabalho foi comparar o efeito da ação da CAF no desempenho de atletas de resistência aeróbica treinados a partir de um teste de 5000 m e um teste de carga fixa até a exaustão, por meio de um ensaio randomizado, cruzado e duplo-cego. A altura do salto com contramovimento foi uma variável de desempenho avaliada como objetivo secundário por ser uma variável de força/potência e não de resistência. 26 corredores (13 homens com idade de 30,4 (± 6,8 anos); 68,7 (± 7,2 kg); 173,6 (± 4,8 cm); e 13 mulheres com idade de 35,5 (± 5,1 anos); 57,6 (± 5,8 kg); 165,2 (± 5,9 cm), VO2Max 52,16 (± 5,27 ml.kg-1 .min-1 ) constituíram a amostra. Não foram encontradas diferenças significativas entre a suplementação aguda de 4 bmg.kg1 em atletas treinados em corrida de resistência aeróbica, sejam eles metabolizadores rápidos (A/A) ou metabolizadores lentos (A/C ou C/C) em corrida de 5000 m em pista; teste de carga fixa em esteira; salto com contramovimento (SCM) e gasto energético (GE). Também não houve diferença significativa na frequência cardíaca média (FCm), percepção subjetiva de esforço (PSE) e taxa de troca metabólica (RER). Mesmo não havendo diferenças significativas, é possível observar, de forma geral, um efeito marginal melhorado no uso da CAF em comparação com placebo (PLA). As respostas individuais também variaram entre os participantes. Foi observada diferença significativa quando comparados os sexos nas duas condições PLA e CAF. Os homens tiveram resposta melhor que as mulheres, principalmente nos três quilômetros iniciais do teste de corrida. Os testes de campo foram realizados em condições ambientais em que a temperatura era muito elevada e seria esperado que o efeito ergogênico do CAF superasse esse viés. Estes resultados reforçam a necessidade de mais estudos que comparem populações masculinas e femininas, especialmente onde todos os participantes são previamente identificados como metabolizadores rápidos e lentos com base num teste genético.