O papel moral da simpatia na fundamentação da Metafísica dos costumes e na A metafísica dos costumes de Kant

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Hortênsia Teresa Tomaz da
Orientador(a): Altmann, Silvia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254393
Resumo: A presente tese tem por objetivo determinar qual pode ser, para Kant, o papel moral da simpatia na Fundamentação da Metafísica dos Costumes (GMS) e na Metafísica dos Costumes (MS). O agir moral tanto na GMS quanto na MS é aquele em que o indivíduo tem a sua vontade determinada unicamente pela lei moral, com a exclusão de quaisquer inclinações sensíveis ou sentimentos enquanto fundamento de determinação da vontade ou incentivo. Muito embora seja este o sentido de moralidade presente em ambas as obras isso não significa que não possamos ter a presença de inclinações sensíveis na ação moral em Kant, desde que o dever tenha sido aquele que determinou a vontade do indivíduo. Não apenas podemos ter a presença de inclinações sensíveis na ação moral como também as emoções poderão cumprir um papel moral em Kant. Nesse sentido, a presente tese, apoiada na análise do texto kantiano e em diferentes comentadores, irá sustentar que na GMS Kant não trata de qualquer papel moral da simpatia, enquanto na MS a simpatia aparece como um valor moral. Assim, pretendemos mostrar que, desde que limitada pelo dever, a simpatia pode ter um papel moral como (1) substituto do dever, (2) facilitador e (3) perceptivo. A simpatia cumpre um papel moral como (1) substituto do dever na medida em que ela faz com que sejamos capazes de agir meramente em conformidade com o dever, quando este não for suficiente para tanto, (2) facilitador considerando que ela diminui os nossos obstáculos sensíveis ao cumprimento do dever e (3) perceptivo uma vez que ela nos ajuda a identificar com mais eficiência onde a ação moral é necessária. Na medida em que o dever de perfeição própria na MS nos ordena que devemos progredir moralmente para a determinação da nossa vontade pelo dever, tal dever de perfeição engloba o dever de cultivo da simpatia nos seus três papéis morais citados, pois ao fazerem com que sejamos capazes de agir meramente em conformidade com o dever, ao diminuírem os nossos obstáculos sensíveis ao agir pelo dever e ao fazerem com que identifiquemos com mais facilidade onde a ação moral é necessária, a simpatia pode contribuir para o nosso progresso moral.