Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Gabriela Souza de Oliveira |
Orientador(a): |
Picoloto, Ana Selma Bertelli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/288303
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Resumo: |
Introdução : O aparecimento dos sintomas associados às disfunções e às lesões do assoalho pélvico (prolapsos genitais, incontinência urinária) após a gestação e o parto tem sido bem documentado e estudado. Porém, as causas destas lesões e sua relação com aqueles sintomas ainda não estão completamente esclarecidas. Sabe-se que a avulsão do músculo elevador do ânus é um dos fatores envolvidos no desenvolvimento dessas patologias, no entanto, a maneira com que esta lesão se relaciona a fatores da gestação e do parto ainda não está bem estabelecida. Objetivo : O objetivo deste estudo é avaliar a prevalência de avulsão do músculo elevador do ânus em pacientes após primeiro parto vaginal (avaliado através de exame ultrassonográfico), correlacionando este achado com fatores relacionados à gestação e ao nascimento. Método : Foi realizado um estudo transversal, em que foram selecionadas pacientes puérperas após primeiro parto vaginal a termo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre para avaliação da presença ou não de avulsão do músculo elevador do ânus ao exame ultrassonográfico transperineal realizado no período pós-parto. As lesões foram classificadas como totais (acometimento de 50% ou mais das fibras musculares), parciais (lesão de menos de 50% do músculo), uni ou bilaterais. Tal avaliação foi correlacionada com dados relacionados às características das pacientes, obtidos através de questionários e consulta ao prontuário. Os dados coletados foram digitados no programa Excel e posteriormente exportados para o programa SPSS v. 20.0 para análise estatística. Foram descritas as variáveis categóricas por frequências e percentuais e foram associadas as variáveis categóricas pelo teste de Qui-quadrado. Em caso de tabelas 2x2 foi utilizado o teste de Qui-quadrado com correção de Yates ou o teste Exato de Fisher. As variáveis que se associaram com o desfecho com valor de p < 0,05 foram incluídas em um modelo de Regressão de Poisson com variância robusta. Considerou-se um nível de significância de 5% para as comparações estabelecidas. Resultados : A prevalência de avulsão do músculo elevador do ânus na amostra foi de 46%. Destas, 37% foram totais e 63% parciais. Em relação à lateralidade, 63% das lesões foram unilaterais, acometendo o músculo de maneira assimétrica, e 37% foram bilaterais. O peso do recém-nascido foi um fator importante e apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos com e sem avulsão. Mães que deram à luz bebês com peso ao nascimento maior do que 3.500 gramas apresentaram maior prevalência de avulsão do músculo elevador do ânus após o parto em comparação a bebês com peso menor ou igual a 3.500 gramas ( 75% vs. 38,8%; p = 0,008). Outra diferença com significância estatística observada entre os grupos foi a instrumentação do parto. Partos vaginais instrumentados com fórceps apresentaram um maior número de lesões do músculo elevador do ânus, comparativamente aos partos não instrumentados (80% vs. 42,2%; p = 0,041). Mães com 35 anos ou mais apresentaram maior prevalência de avulsão total do músculo elevador do ânus quando comparadas às mais jovens (100% vs. 32,6%; p = 0,045) . Os demais fatores avaliados, como idade gestacional, peso do recém-nascido, realização de episiotomia e outros, não apresentaram diferença estatisticamente significativa entre os tipos de lesão. Conclusão : O impacto das questões relacionadas à gestação e ao parto nos músculos do assoalho pélvico ainda não está completamente elucidado. O peso do recém-nascido e o uso de fórceps parecem ser os principais fatores de risco para as lesões perineais pós-parto vaginal. É de extrema importância que estes fatores sejam identificados para que possamos desenvolver estratégias multidisciplinares a fim de prevenir essas lesões durante a gestação e o nascimento, diminuindo, assim, s uas consequências e impacto na saúde das pacientes. |