Como elas fazem e ouvem Funk em Porto Alegre : estratégias de autopromoção midiática e práticas de consumo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Libardi, Guilherme Barbacovi
Orientador(a): Piedras, Elisa Reinhardt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/153397
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo compreender as estratégias de produção de funk e seu consumo por jovens mulheres de classe popular da cidade de Porto Alegre. Para isso, nos aproximamos da perspectiva dos Estudos Culturais britânicos e latino-americanos, sobretudo a partir do pensamento de Martín-Barbero, bem como tensionamos nossas discussões a partir das teorias sobre cena musical, classe, gênero e geração. Nos filiamos à metodologia qualitativa de pesquisa, realizando entrevistas, observações em bailes funk, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica. Como unidade de estudo, contemplamos cinco MCs, três produtores e oito consumidoras de funk (funkeiras) da cidade de Porto Alegre. A fim de apresentar o contexto da cena funk, realizamos uma retomada histórica da cena no Brasil e especificamente em Porto Alegre, bem como traçamos o panorama midiático da cena na mídia massiva entre 2000 e 2015. Em relação aos resultados, identificamos que as estratégias de produção são materializadas através da construção de uma autopromoção midiática no rádio e no ambiente online através de postagens nas redes sociais digitais. Estas postagens podem se relacionar a uma clara estratégia de autopromoção, bem como podem dizer respeito a ocasiões descoladas da cena funk, retratando momentos aleatórios de seu cotidiano. No que diz respeito ao consumo, é visto que as práticas navegam entre dois meios: rádio e internet. Porém os usos efetivados nas plataformas digitais favorecem uma ampla gama de oportunidades para o consumo, contribuindo para a ocorrência de múltiplas lógicas de usos em relação ao consumo de funk. Tanto na produção, quanto no consumo, as relações de gênero ganham ênfase por um posicionamento de inspiração feminista por parte das informantes, ainda que a adesão ao movimento político seja algo evitado ou repreendido por algumas delas.