Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Souza, Ana Clara Aparecida Alves de |
Orientador(a): |
Lopes, Fernando Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196059
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Resumo: |
A agricultura urbana na contemporaneidade se apresenta como um movimento complexo e multifacetado. Embora as práticas de cultivo em espaços ociosos nas cidades não sejam novas, muito tem se destacado na atualidade sobre quão contributivas essas práticas, sejam elas individuais ou coletivas, podem ser para a concepção de modelos diferenciados de ocupação do espaço urbano. Temas como sustentabilidade, resiliência, resgate de laços comunitários, revitalização de espaços ociosos, público ou privados, reconexão com a natureza, cultivo de alimentos, terapias ocupacionais, dinâmicas recreativas e educacionais, tratamento de enfermidades por meio de plantas medicinais ou mesmo a descoberta de plantas alimentícias não convencionais, são alguns dos motes que acompanham a defesa da agricultura urbana. Para além dos benefícios destacados e reconhecidos alinhados a essa prática, são ressaltadas também perspectivas críticas que levam à abertura para um olhar no qual se pode questionar a noção de público e privado, a noção de acesso, direito à cidade e a ideia de gentrificação dos espaços a partir do estabelecimento de hortas, pautas essas vinculadas à discussão sobre a cidade neoliberal. Trazendo a problemática da cidade para o diálogo com a agricultura urbana, é possível complexificar a leitura do fenômeno em questão nesta pesquisa. Nesse sentido, para fins de compreender a dinâmica organizativa de uma iniciativa de agricultura urbana coletiva, esta pesquisa analisou, ao longo de dois anos, por meio de uma investigação participante, a constituição e os engendramentos da Horta da Formiga, situada no Centro Histórico de Porto Alegre-RS. A integração da pesquisadora com o grupo de agentes protagonistas do movimento visava descortinar as práticas e, a partir dessa imersão, definir uma problemática a ser trabalhada. Foi nessa intensiva interação nas atividades da Horta da Formiga que surgiu a questão de pesquisa norteadora deste trabalho, a saber: Como agentes protagonistas em uma horta urbana coletiva conciliam as contradições inerentes a esse campo social? Com a finalidade de responder esse questionamento, optou-se por definir a Horta da Formiga como um campo social, na perspectiva de Pierre Bourdieu e a partir da análise relacional desse campo, levando em consideração as relações de poder e dominação estabelecidas, identificar como se dá essa conciliação de contradições. Assim, analisando a complexidade das relações estabelecidas, foi possível chegar à noção de Estado, também em Pierre Bourdieu, que permitiu verificar a gênese desse ente social e descortinar a sua representatividade nas mais sutis práticas da vida cotidiana em sociedade. Dessa forma, reunindo a problemática em torno da agricultura urbana coletiva, as questões desafiadores para se pensar a cidade contemporânea, bem como as noções de campo social e Estado em Pierre Bourdieu, foi possível chegar ao resultado geral desta pesquisa, na qual amplas fontes de dados foram utilizadas para a interpretação e narrativa conduzida: Quanto mais os agentes protagonistas da Horta da Formiga se aproximam dos capitais tidos como legítimos ao Estado, mais são capazes de conciliar as contradições que se atravessam nesse campo. A noção de capitais em Pierre Bourdieu é um dos elementos fundamentais para a discussão de campo social. A pesquisa buscou, nesse sentido, descortinar um movimento contemporâneo, trazendo à discussão elementos e mecanismos sociais que estão nos fundamentos da sua prática. |