Percepções e práticas de uma equipe de um centro de atenção psicossocial acerca do uso racional de medicamentos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Weizenmann, Marina
Orientador(a): Amador, Tania Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188684
Resumo: Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de atenção diária, o que possibilita o seguimento ambulatorial, a permanência diária dos usuários de saúde mental no serviço e a atenção à crise. Tem como característica principal a integração dos usuários a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu território, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares. Objetivo: descrever as concepções que a equipe tem sobre o uso racional de medicamentos (URM). Método: O estudo seguiu um modelo descritivo, exploratório, de natureza qualitativa com os trabalhadores do CAPS I de Lajeado-RS e a amostra foi do tipo intencional. Participaram da pesquisa os trabalhadores que realizavam intervenção terapêutica diretamente com os pacientes, sendo os grupos constituídos pelos seguintes profissionais: médicos, enfermeiro, psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, educador físico, técnicos em enfermagem, músico e oficineiro. Os dados foram produzidos em duas etapas: 1) Entrevista curta para aproximação; 2) Grupo focal para identificar atitudes e percepções. Após a primeira etapa de recrutamento obteve-se o número total de 15 participantes. Os discursos foram transcritos e os dados foram analisados pelo método da “análise de conteúdo”. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o nº 850924. Resultados e Discussão: Somente 1 profissional respondeu que não sabia falar sobre uso racional de medicamentos. Dos discursos dos grupos focais emergiram 32 categorias de análise iniciais e delas, extraiu-se 6 categorias finais: “medicalização da sociedade”, “estrutura do sistema de saúde”, “fatores que interferem em saúde mental”, “concepções da equipe sobre necessidade do medicamento”, “sugestões de práticas para desmedicalização”, “formação profissional e necessidades do serviço de saúde”. O medicamento surgiu nos discursos como um elemento que permeia diversas situações que são cotidianas no CAPS. Sobre as práticas realizadas para o URM, além daquelas referentes a práticas privativas a algumas profissões, especialmente da enfermagem e da medicina, as mais predominantes nas narrativas foram aquelas que são transversais aos profissionais da saúde e que necessitam de tecnologias leves, a exemplo do acolhimento do usuário no serviço onde a principal tecnologia é a escuta. Percebe-se que cada sujeito traz um significado ao medicamento, permeado pela sua visão de mundo, pelas suas reflexões e pelas influências do seu contexto, assumindo assim papéis diversos dentro da sociedade, justificando diversas visões no grupo de profissionais de saúde. A educação permanente aparece como elemento estratégico para trazer ao cenário da atuação profissional uma reflexão coletiva capaz de transformar as práticas, como aquelas que visam o uso racional de medicamentos e a formação acadêmica que privilegie outras terapêuticas que não a farmacológica, reorientando opções de tratamento.