Da paleta de Frida Kahlo a outras ressonâncias : um estudo discursivo sobre a reverberação da sua imagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Portugal, Roberta Rosa
Orientador(a): Mittmann, Solange
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/232913
Resumo: Frida Kahlo (1907-1954) é uma artista plástica mexicana, militante comunista e da mexicanidade, professora de artes que educava seus aprendizes para a luta de classes. Sua arte vida aborda o social, o político, haja vista que é efeito de condições já-determinadas, de relações entre sujeitos – sempre interpelados pela ideologia. Apresento este estudo para pensar e analisar a produção de sentidos no processo de circulação da sua imagem e de seu nome, seguindo os princípios teóricos e analíticos da Análise de Discurso de orientação materialista. Considero a circulação referida como um processo subjugado às condições históricas impostas pelo sistema capitalista, ou seja, que funciona sob determinações materiais. A circulação de discursos de, sobre ou que ressoam para Frida é bastante expressiva em diferentes âmbitos, como o artístico, ao qual dedico reflexão e análise. Visto que o processo de significação está inscrito nas relações sociais, seus dizeres [verbais e visuais] são assujeitados às condições de produção, são efeitos da interpelação ideológica que a constitui como sujeito. Desse modo, sua arte-vida está determinada por relações de poder, pela disputa de sentidos. A retomada, por outros artistas, de seus dizeres e telas, de suas cores e flores, desde condições materiais diferentes daquelas que Frida experienciou, produz outras relações de sentidos. No estudo ora apresentado, analiso como Kahlo costurou o laço entre arte, comunismo, mexicanidade e gênero em sua obra e vida, para compreender como o processo de circulação da sua imagem e de elementos que remetem a ela produz sentidos em outras materialidades significantes. Dito isto, como as relações de poder determinam o discurso de Frida Kahlo e a ressonância deste no projeto fotográfico Todos podem ser Frida, de Camila Fontenele? Para responder a essa questão, a via analítica trilhada consiste em estudar as determinações materiais em discursos de Frida, identificar posições ideológicas e efeitos de sentidos reproduzidos no que diz respeito a arte, comunismo, mexicanidade e gênero, para, em seguida, examinar como o projeto fotográfico desloca sentidos ao elaborar um discurso sobre “poder ser Frida”. A partir do batimento entre obras, fotografias de Kahlo e fotografias do projeto referido, analiso como se dá a retomada do discurso de Frida, numa forma de alteridade discursiva, como os sentidos são reproduzidos e deslocados. A Análise do Discurso e o Materialismo Histórico propiciam compreender a materialização das relações de poder nos enunciados analisados, e o procedimento analítico descrito possibilita apontar como as condições materiais determinam diferentemente as tomadas de posição de Kahlo e da função autor do projeto fotográfico estudado. Considero que ao inscrever-se no processo de circulação da imagem e nome da pintora mexicana, o projeto é determinado pelo funcionamento da ideologia que define os modos de significá-la, portanto, é sobredeterminado pelas relações sociais e condições de produção vigentes no sistema capitalista.