Ensino de sociologia e direitos humanos : temas sensíveis na escola em tempos neoconservadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Sevilla, Gabriela Garcia
Orientador(a): Seffner, Fernando
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280980
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo compreender os efeitos do avanço do neoconservadorismo no Brasil na área da educação, mais especificamente, na escola e nas aulas de Sociologia. Em um primeiro momento se analisa o que caracterizaria esse contexto que estamos chamando de neoconservador, e como ele se constituiu nos últimos anos. Abordamos em especial o papel do projeto Escola sem Partido e dos grupos que se dizem contrários a chamada “ideologia de gênero”. Analisamos a sua atuação nas modificações do Plano Nacional de Educação de 2014 e as implicações subsequentes. Este contexto é apresentado por meio de uma revisão bibliográfica e do levantamento de uma série de indícios que apontam o crescimento de um discurso de extrema-direita, neoliberal, fundamentalista religioso e conservador no Brasil desde o início da década de 2010. Nesse percurso temos alguns momentos chave em anos seguintes e que culminam nas eleições de 2018. Também são discutidas as especificidades do ensino de Sociologia, e porque acreditamos que esta disciplina e seus professores são alvos prioritários dos ataques neoconservadores, uma vez que eles lidam com as mudanças sociais, culturais e políticas em suas aulas e são suscetíveis as disputas e alterações de poder vigentes. Para essa análise, foram entrevistados 10 professores de Sociologia que atuam na educação básica da região metropolitana de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. A partir disso, se apresentam os efeitos destas mudanças no currículo e nas práticas dos professores de Sociologia na sala de aula, em especial em relação à censura e à perseguição (ou tentativas disso, receios e autocensuras) das temáticas consideradas sensíveis Apresenta-se a categoria conceitual de temas sensíveis, e dentro deles se abordam aquelas questões vinculadas à gênero e sexualidade, que ocupam um lugar central no debate político atual de crise da democracia e na agenda dos grupos neoconservadores. Por fim, analisamos como isso afeta a liberdade de ensinar dos docentes e a própria ideia de uma educação democrática e de uma escola plural e laica que respeite a diversidade e que ensine em e para os direitos humanos.