Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Reis, Márcia Giovana Pedruzzi |
Orientador(a): |
Poli, Maria Cristina Candal |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/26476
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Resumo: |
Abalizado no paradigma psicanalítico de pesquisa, e na ética de incluir como dimensão fundamental o olhar lançado às expressões da cultura do nosso tempo, este trabalho propõe interrogar a respeito de uma escrita com função de testemunho na justa transmissão de um processo categoricamente singular: a experiência de um percurso analítico pessoal. Nestas narrativas em primeira pessoa, descobrimos um campo de criação e compartilhamento em que seria possível problematizar de que modo se transmite a experiência e o que dela se transmite nos dias de hoje. Deparamo-nos, pois, com a singularidade e potência da experiência testemunhada em um relato de análise, na transmissão de algo que foi preciso primeiramente viver para, num tempo outro, na dimensão de um a posteriori, poder compartilhar. Como ponto de partida, trabalhamos com três escritas de percurso analítico, das quais trazemos notícia sob a forma de relato, por meio do qual se possa de alguma forma contar o que da obra nos transmitiu. No desígnio de trabalhar esta articulação entre a escrita e a transmissão da experiência, abordar as dimensões da memória e da temporalidade tornou-se fundamental, atentando-nos à noção de après-coup, ao bem demarcar a distinção entre vivência, o campo da experiência e o tempo do testemunho. Igualmente, outros motes mostraram-se capitais, tal como a questão da autenticação da experiência, a relação entre transferência e transmissão, o estilo implicado na escrita e a partir dela, bem como a respeito da posição enunciativa e de endereçamento deste que narra. O olhar estendido a estas obras demarca uma posição de valorização do testemunho, em que, na tensão entre sujeito e cultura, opera-se uma condição ética de abertura a um lugar para a (re)construção da história singular deste sujeito que narra, bem como de um espaço de compartilhamento e transmissão à cultura. Interessamo-nos pelo que desta escrita nos passa, numa obra que, por sua potência reflexiva, pode vir a causar certas torções na ordem simbólica, que talvez façam referência a um acontecimento invisível e belo que se passa entre as pessoas, e que passa, per-passa, trans-passa e transmite. |