50 anos de industrialização do Brasil (1955-2005) : uma análise evolucionária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Arend, Marcelo
Orientador(a): Fonseca, Pedro Cezar Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/16408
Resumo: Esta tese trata do desenvolvimento industrial brasileiro sob uma perspectiva neo-schumpeteriana evolucionária no período pós-1955. A hipótese é a de que, sob o mando do que foi definido como estratégia desenvolvimentista-internacionalista, nos últimos 50 anos, o Brasil passou primeiramente por 25 anos de catching up e, em seguida, por 25 anos de falling behind. A estratégia instituída e em curso desde a segunda metade da década de 1950 foi percebida como uma ruptura com o nacional-desenvolvimentismo do segundo governo Vargas. O período 1955-1980, por meio do recurso do capital internacional, proporcionou o catching up ao paradigma em maturação da quarta revolução tecnológica. Todavia, nesse período, foram determinados os principais elementos debilitantes do ingresso do país ao novo paradigma tecnoeconômico da quinta revolução tecnológica, que irrompia já em meados da década de 1970. Está na estratégia de internacionalizar a economia, delegando às empresas multinacionais os setores-chave da dinâmica econômica nacional durante o período de catching up, o principal elemento de dependência da trajetória que condiciona desempenho presente, que é responsável pela dependência tecnológica e mantenedor da economia brasileira sob baixo dinamismo. A pesquisa também procura revisitar algumas conclusões derivadas das teses de Maria da Conceição Tavares e de João Manuel Cardoso de Mello, denominadas "tese do capitalismo tardio". Principalmente, analisa-se o argumento de que, desde a segunda metade da década de 1950, a economia brasileira estaria sujeita a ciclos endógenos e que a tendência à estagnação de longo prazo estava afastava. Percebe-se que somente foi possível aos autores, analiticamente, endogenizar as flutuações cíclicas de curto prazo da economia brasileira, porque, ao mesmo tempo, também foram endogenizados o progresso técnico e a restrição externa. Conclui-se, após analisar os últimos 50 anos de desenvolvimento industrial, que o progresso técnico não foi internalizado no país nem mesmo durante o período de catching up, e que a vulnerabilidade externa sempre se fez presente. São dois problemas estruturais, de longo prazo, que não foram resolvidos com o processo de internacionalização da economia brasileira.