Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Luciana Linhares de |
Orientador(a): |
Marzulo, Eber Pires |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/198352
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Resumo: |
A estrutura social brasileira se destaca no cenário mundial pela elevada desigualdade. Essa estrutura manifesta-se em várias dimensões, sobretudo na econômica, frequentemente tratada como proxy da estrutura social. A identificação de uma indissociabilidade entre os diversos aspectos da desigualdade social, tem ampliado as análises multidimensionais da estrutura social nas últimas décadas. No presente trabalho são investigadas as relações entre a desigualdade econômica e desigualdade urbana, a partir da concepção do espaço-físico como campo, no sentido bourdiesiano do termo. Para a investigação da relação dos aspectos econômicos e urbanos da desigualdade, toma-se a perspectiva da base da estrutura social, as classes populares, pois entende-se que a limitação de capitais experimentada por essas intensifica os efeitos de lugar, ou seja, os modos com que a localização espacial condiciona a apropriação e multiplicação dos capitais. Foi realizado um estudo de caso em duas escalas, a escala cidade, que teve como lócus Porto Alegre/RS; e a escala localidade, que teve como lócus a comunidade Cascata-Glorinha, localizada na região pericentral da cidade e composta pelo loteamento Jardim Cascata e pela vila Glorinha, ambos territórios das classes populares. Como técnicas de pesquisa, foi efetuada a análise de dados secundários de ambos os loci e empreendeu-se trabalho de campo composto de entrevistas e observação participante na localidade Cascata-Glorinha. Constatou-se que a cidade de Porto Alegre se constituiu historicamente como território estratificado e desigual e essa configuração moldou uma situação de isolamento social das classes populares. Observou-se uma concentração no arco pericentral de aglomerados subnormais que coincide com vilas consolidadas da cidade, habitadas, sobretudo, pela população preta e parda da cidade A tradução desse isolamento social prolongado constitui aspecto territorial ao enraizamento social das classes populares e, ao mesmo tempo, mostra-se como barreira para integração desses agentes à cidade formal. Foi verificado um avanço positivo da estrutura urbana no espaço das classes populares de Porto Alegre. A aproximação realizada no trabalho de campo evidenciou que essa redução da desigualdade de serviços básicos através do atendimento das demandas da população por melhorias no espaço-físico através, sobretudo, do Orçamento Participativo, surtiu efeito de legitimação da atuação coletiva. A estratégia comunitária fortalecida mostrou-se um eficiente meio de multiplicar os benefícios dos ganhos econômicos desses agentes habitantes da localidade através de práticas informais e comunitárias. No entanto, a escala diminuta dessa melhorias urbanas não evidenciaram os efeitos na redução das desigualdades urbanas e econômicas. |