Relações entre desigualdades sociais intraurbana e o fenômeno da violência na infância na cidade de Porto Alegre - RS; Brasil (2000 - 2014)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Cunha, Lucas de Lima e
Orientador(a): Ramos, Marilia Patta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179442
Resumo: Essa pesquisa teve como finalidade investigar a relação entre a distribuição espaçotemporal dos casos de violência contra crianças e os indicadores de desigualdades sociais intraurbana nos bairros da Cidade de Porto Alegre, Capital do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, nos anos de 2000 e de 2014. Para isso analisamos três diferentes tipos de manifestações de violência contra crianças relativas aos óbitos decorrentes de Causas Externas e de Homicídios e as ocorrências de Violência Física que posteriormente foram correlacionados a cinco dimensões sociais referentes aos aspectos demográficos, educacionais, residenciais, infraestruturais e econômicos dos bairros que compõem o espaço urbano de Porto Alegre. A metodologia de pesquisa empregada foi através da análise exploratória de dados espaciais e das técnicas de georreferenciamento. Como referencial teórico nos baseamos nas concepções elaboradas pela primeira geração de sociólogos da Escola de Chicago para explicar a expansão e a distribuição interna das metrópoles. Também utilizamos a teoria Eliasiana sobre o Processo Civilizador para explicar as mudanças de comportamento dos adultos em relação às crianças e a formação do Estado Moderno como detentor legítimo do monopólio da violência física. Entre os resultados encontrados, constatamos um aumento na taxa de homicídios e na taxa de ocorrência de violência física contra crianças durante o período de tempo analisado. As variáveis que melhor explicaram as variações dessas taxas estavam correlacionadas à dimensão econômica dos bairros de Porto Alegre. Constatamos também que não ocorreu uma mudança no padrão espacial dos bairros que apresentaram as maiores taxas de eventos envolvendo violência contra crianças durante o período de tempo analisado. Esses bairros, além de estarem localizados nas regiões periféricas da Cidade, foram caracterizados pela carência de infraestrutura urbana, pelos altos índices de analfabetismo, pela elevada densidade habitacional, pela baixa renda dos seus habitantes e pela ausência do Estado como mantenedor da ordem urbana, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, sobretudo das crianças. Por fim, concluímos que a distribuição espacial dos eventos envolvendo violência contra crianças em Porto Alegre possui uma estreita relação com os indicadores de desigualdades sociais intraurbano e que essa relação pouco se alterou entre os anos de 2000 e 2014, apesar de ter ocorrido uma redução das desigualdades sociais observadas na Cidade durante esse período de tempo.