Estudo de toxicidade reprodutiva e genotoxicidade do óleo essencial de Origanum majorana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dantas, Andréa dos Santos
Orientador(a): Mello, Joao Roberto Braga de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202214
Resumo: Origanum majorana L., planta rica em óleos essenciais, apresenta atividade antifúngica in vitro contra Malassezia pachydermatis, Candida spp e Trichosporon asahii, entre outras atividades. No entanto, a exposição a produtos químicos, incluindo medicamentos à base de plantas, podem causar mutagenicidade, infertilidade, toxicidade materna e embriofetotoxicidade. Visando avaliar esses efeitos, este estudo investigou toxicidade reprodutiva do óleo essencial de Origanum majorana (Omeo) e compostos majoritários em ratos Wistar, os efeitos sobre o desenvolvimento fetal e parâmetros comportamentais da prole, e atividade mutagênica in vitro. As doses testadas in vivo foram 33mg/kg, 100mg/kg, 300mg/kg Omeo, 77mg/kg γ-terpineno ou 52mg/kg terpinen-4-ol, estabelecidas de acordo com estudos prévios. Ratos machos foram tratados durante 70 dias e fêmeas por 14 dias antes do acasalamento, durante a gravidez e lactação. Para identificar alterações no sistema reprodutivo de machos foram avaliados: peso relativo de órgãos, histopatologia, número e morfologia de espermatozóides, taxas reprodutivas, ganho de peso, ingestão de água e alimento, e sinais de toxicidade. Comportamento e sinais de toxicidade materna, parâmetros reprodutivos, comportamento em campo aberto e sexual da prole também foram avaliados. O potencial teratogênico foi observado na progênie de machos não tratados e fêmeas tratadas apenas durante a prenhez. No dia 21, após cesárea, os fetos foram diafanizados, corados e avaliados individualmente para a presença de alterações esqueléticas. A exposição reduziu de maneira dose dependente taxas reprodutivas, número e produção diária de espermatozóides, além de induzir aumento de defeitos em espermatozoides (Omeo e terpinen-4-ol), e reduzir peso relativo de testículos e epidídimos com 300mg/kg Omeo. Não foi observada prenhez com esta dose e com terpinen-4-ol. O comportamento materno relacionado ao ninho foi reduzido com 100mg/kg Omeo, mas a capacidade de resposta materna foi mantida pelo comportamento de amamentação e cuidados. Esta dose induziu redução do número de descendentes, aumento do tempo de prenhez e retardo na separação prepucial de filhotes. Outros parâmetros reprodutivos e comportamentais da prole não foram afetados. Observou-se atraso do desenvolvimento esquelético em todos os grupos tratados e malformações do esqueleto com as doses máximas de Omeo e terpinen-4-ol. Mutagenicidade in vitro foi avaliada pelo teste de Salmonella/microssoma utilizando o procedimento de pré-incubação das linhagens TA98, TA97, TA100, TA102 e TA1535 de S. typhimurium, com ou sem ativação metabólica. Não se observou mutação gênica. Para o teste de micronúcleos em células de mamíferos in vitro, foi utilizado células V79 de fibroblastos de pulmão de hamster chinês e Omeo não induziu mutação cromossômica. Concluindo, Omeo não é capaz de induzir in vitro mutações gênicas ou cromossómicas, no entanto, o tratamento contínuo em doses elevadas de Omeo e compostos majoritários afetam a fertilidade masculina, induzem alterações nas taxas reprodutivas e causam malformação e efeitos adversos sobre a descendência, não devendo ser utilizado nessas doses durante a gravidez e lactação.