Etiologia da pancreatite aguda : revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zilio, Mariana Blanck
Orientador(a): Osvaldt, Alessandro Bersch
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179745
Resumo: Introdução: A litíase biliar e o consumo de álcool são as etiologias mais frequentes para pancreatite aguda (PA), sendo reportadas como responsáveis por cerca de 40 e 30% dos casos respectivamente. No entanto, no Rio Grande do Sul - BR observamos uma frequência de pancreatite aguda biliar (PAB) em torno de 77% dos casos e pancreatite aguda alcoólica (PAA) em apenas 8%. Além da possibilidade de diferenças próprias da nossa população, é possível que a incidência de PAB esteja aumentando. Objetivo: Estimar as frequências globais da PAB, PAA e dos casos considerados pancreatite aguda idiopática (PAI) em estudos publicados de 2006 a 18 de outubro de 2017. Comparar as frequências de PAB, PAA e PAI entre os estudos que realizaram revisão de prontuários individuais dos pacientes ou foram prospectivos e os que utilizaram apenas os códigos de alta hospitalar para o diagnóstico etiológico. Comparar as frequências de PAB, PAA, PAI de acordo com região geográfica da população dos estudos. Métodos: Uma revisão sistemática de estudos observacionais em Inglês, Espanhol e Português, de 2006 a 18 de outubro de 2017 foi realizada. Metanálise pelo modelo de efeitos randômicos foi utilizada para calcular as frequências de PAB, PAA e PAI globais e nos subgrupos (diagnóstico por código da alta hospitalar, diagnóstico por avaliação individualizada do prontuário do paciente, estudos dos EUA, estudos da América Latina, estudos da Europa e estudos da Ásia). Resultado: Foram incluídos quarenta e seis estudos representando 2.341.007 casos de PA em 36 países. A estimativa global para a pancreatite aguda biliar (PAB) foi 41,6% (IC 95% 39,2-44,1), seguido por PA alcoólica (PAA) com 20,5% (IC 95% 3 16,6-24,6) e PA idiopática (PAI) em 18,3% (IC 95% 15.1 - 21,7). Em estudos com diagnóstico etiológico por código de alta a PAI foi a mais frequente com 37,9% dos casos (IC 95% 35,1 - 40,8). Nos estudos que revisaram os prontuários dos pacientes a PAB foi a mais frequente com 46% (IC 95% 42,3 - 49,8). Nos EUA a PAI foi a mais frequente com 34,7% (IC 95% 32,3 - 37,2). Na América Latina a estimativa de PAB foi de 68,5% (IC de 95% 57,8 - 78,3). Na Europa, na Ásia e em 1 estudo Australiano, a etiologia mais frequente foi a PAB em 41,3% (IC 95% 37,9 - 44,7), 42% (IC 95% 28,8 - 55,8) e 40% (IC 95% 36,8 - 43,2), respectivamente. Na África do Sul 1 artigo apresentou frequência de 70,2% (IC de 95% 64,5 - 75,4) para PAA. Conclusão: A PAB é a etiologia mais prevalente da PA, sendo 2 vezes mais frequente que o segundo lugar. A América Latina apresenta uma frequência para PAB muito maior do que o resto do mundo. Grandes estudos populacionais que utilizam diagnósticos codificados e estudos americanos apresentam elevadas taxas de PA sem classificação. A importância do diagnóstico etiológico consiste no tratamento da causa para prevenção da recorrência.