Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Golbspan, Ricardo Boklis |
Orientador(a): |
Gandin, Luis Armando |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/213518
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Resumo: |
Esta tese analisa a articulação entre a escolarização de jovens de classe média e os processos de distinção social em tempos de modernização conservadora. Ao “abrir a caixa fechada” da escola de classe média brasileira, a pesquisa situa os alunos e as alunas contextualmente, discutindo como suas formas de nomear o razoável e o possível são constrangidas pela lógica distintiva da escola, em particular sob a hegemonia de uma Nova Direita. Contudo, levando em conta o conceito de “articulação”, o trabalho sugere uma relação contraditória da determinação com o protagonismo de estudantes, posicionados não apenas como “receptores”, mas também como “sujeitos” da escola. Este reposicionamento relaciona-se particularmente ao caso de jovens de Ensino Médio, confrontados regularmente com representações sociais sobre o “futuro”, na medida em que passam pela transição da escola para a vida adulta. Metodologicamente, também no sentido de enfocar a relação entre o subjetivo e o objetivo, ao invés de reificar um polo ou outro, a opção é por uma “imaginação etnográfica”, a partir de uma combinação entre a agência autoral e o rigor teórico-metodológico. Sob esta perspectiva, os procedimentos de coleta, produção e análise de dados consistem em: observação participante da rotina de uma turma de Ensino Médio, entrevistas semi-estruturadas com estudantes e professores, grupos de discussão, análise de diários de alunos e alunas e análise de documentos da escola.. Teoricamente, discute-se o que o conceito de classe média explica e o que ainda há a ser explicado sobre a classe média no cenário brasileiro. Em diálogo com este debate, propõese um referencial teórico sobre classe em sua relação com a vida escolar, a partir de um encontro teórico nem ortodoxo, nem “desconstrucionista”, mas “reconstrutivo”. Assim, aprendendo com Apple, mobilizam-se conceitos neomarxistas, como “articulação”, “senso comum” e “hegemonia” junto com conceitos de Bourdieu, como “habitus”, “capital cultural” e “distinção social”. Os resultados da pesquisa compreendem os alunos e as alunas de classe média como agentes criativos, críticos e mesmo rebeldes, ao mesmo tempo em que privilegiados. Ao invés de serem um produto conformado e passivo da correspondência automática, dada a proximidade da sua cultura de classe à cultura escolar, ou dada a suposta “manipulação das elites”, os alunos e as alunas ativamente transformam sua experiência educacional, provocando rearticulações práticas em sua escola. Assim, ao confrontar assunções não-testadas sobre a educação da classe média, e ao priorizar o que Bourdieu chamou de objetividade subjetivada, no lugar dos idealismos ou dos mecanicismos, esta tese enfatiza o caráter contraditório e sem garantias da determinação. |