O crime tem rosto de mulher : revisando as dinâmicas securitárias da América do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ernst, Kelly Patrícia
Orientador(a): Prá, Jussara Reis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277311
Resumo: A América do Sul é comumente reconhecida como uma região pacífica, tanto pelas teorias clássicas das Relações Internacionais e da Ciência Política, quanto no âmbito das organizações regionais, como a UNASUL, CELAC e OEA. Contudo, é imperativo destacar que o legado colonial mantém influência sobre a região, e a democratização subsequente aos regimes ditato riais não transformou os países sul-americanos em sociedades mais pacíficas. Notavelmente, desafios significativos relacionados à segurança regional foram acentuados, sobretudo no que diz respeito à violência vinculada ao crime organizado transnacional. Nesse contexto, defendo que o conceito de guerras pacíficas se mostra mais apropriado para caracterizar as dinâmicas securitárias na América do Sul. Este conceito considera o impacto direto e/ou indireto da vio lência decorrente do crime organizado transnacional sobre a população civil, mesmo diante dos discursos de paz oficiais predominantes. No entanto, o conceito não apresenta explicitamente as mulheres ou o gênero. Portanto, a pergunta de pesquisa é: como a adoção do conceito de guerras pacíficas e da perspectiva de gênero contribuem para a compreensão das dinâmicas securitárias na América do Sul? O objetivo geral é compreender as dinâmicas securitárias atra vés da análise da violência generificada que permeia os conflitos caracterizados como “guerras pacíficas”. Além de desafiar o amplamente difundido “mito de paz” na região, a pesquisa tam bém investiga a exclusão e a marginalização das mulheres nas discussões sobre guerra e paz. Para isso, a pesquisa se orienta teoricamente pela abordagem feminista, adotando uma perspec tiva crítica em relação ao discurso securitário predominante. A metodologia escolhida abrange a análise de discurso teórica (Discourse-Theorethical Analysis - DTA, em inglês), acompa nhada pela análise bibliográfica e análise descritiva de dados empíricos. Esse enfoque metodo lógico visa aprofundar a compreensão das intersecções complexas entre gênero, violência e segurança na América do Sul, proporcionando insights valiosos para se pensar a segurança na região. Os resultados do estudo apontam que o pacifismo sul-americano é retórico, o padrão de conflito regional é regido pelo crime organizado transnacional, e a violência produzida nesse contexto é generificada.