O mito do pacifismo sul-americano e a agenda mulheres, paz e segurança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pagot, Rhaíssa
Orientador(a): Prá, Jussara Reis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259029
Resumo: Apesar da inexistência de guerras interestatais, a América Sul tem enfrentado uma série de tensões securitárias, desde disputas entre os Estados com ameaça de uso da força às crises democráticas, além de impasses ideológicos e geopolíticos, fluxo de refugiados e narcotráfico. Esse cenário conflita com a tradicional dicotomia entre paz e guerra que moldou as RI e os discursos das organizações regionais, corroborando para a ideia de que as definições clássicas precisaram ser revistas com o fim da Guerra Fria e a emergência de diversas formas de conflitos, uma vez que não são somente os conflitos armados tradicionais que inspiram insegurança. Para a UNASUL, CELAC e OEA, a América do Sul é uma ‘zona de paz’. Assim, compreender que há articulação entre zonas de guerra e paz, doméstica e internacionalmente, garante que haja ciência da produção e reprodução de violência em contextos considerados de não-guerra. No entanto, a ideia de guerras pacíficas vai além, incorporando desde fatores históricos como o colonialismo, até a dimensão da articulação do crime organizado regional, rejeitando, por fim, a retórica de uma América do Sul pacífica perpetrada pelas organizações supracitadas. É por meio da metodologia de discourse-theoretical analysis (DTA) que analiso os discursos proferidos por elas nas Nações Unidas, corroborando suas posições expostas na Declaração da América do Sul como uma Zona de Paz adotada pela UNASUL em 2012, na Segunda Cúpula da CELAC de 2014 e no discurso da OEA no Conselho de Segurança da ONU em 2013. A mesma metodologia foi utilizada para analisar os discursos dos países sul americanos nos Open Debates da Mulheres, Paz e Segurança que ocorrem anualmente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Assim, a pergunta norteadora dessa tese é como é possível a América do Sul ser chamada de zona de paz apesar de todas as inseguranças diárias enfrentadas pela população, em especial pelas mulheres? Com base nessa questão articulei a pergunta de pesquisa que orienta essa tese: como o discurso da América do Sul enquanto uma zona de paz influencia a implementação da agenda Mulheres, Paz e Segurança na região? Trata se, portanto, de um estudo explicativo com viés de motivação, uma vez que eu pretendo identificar como determinadas ações (os discursos) conduzem a tal finalidade (implementação da MPS).