Avanços no transplante hepático : da redução da inflamação do doador com a utilização de análogos do GLP-1 à avaliação do impacto da duração da hepatectomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Custódio, Geisiane
Orientador(a): Rech, Tatiana Helena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271250
Resumo: Ainda hoje a principal fonte de órgãos para transplante é o doador de órgãos em morte encefálica (ME). Durante todo o processo de retirada, estocagem e transplante, os órgãos são submetidos a múltiplos agravos, entre eles: a isquemia fria, as mudanças súbitas de temperatura, o estresse oxidativo e as forças de cisalhamento que atuam sobre o órgão, resultando em lesão tecidual e redução da função e da sobrevida dos enxertos. Muitos estudos demonstraram que os análogos do glucagon-like peptide-1 (GLP-1), como a exenatida e a liraglutida, possuem propriedades anti-inflamatórias, pró-proliferativas e antiapoptóticas. Um estudo prévio do nosso grupo demonstrou que a administração de exenatida em ratos submetidos à ME foi capaz de aumentar a viabilidade das ilhotas pancreáticas. Esses efeitos foram atribuídos às modificações na expressão de genes relacionados a estresse oxidativo, a estresse do retículo endoplasmático e à inflamação. Outro estudo mostrou que a administração de exenatida em ratos em ME reduziu marcadores relacionados a dano hepático e à apoptose dos hepatócitos. Com base nesses estudos experimentais, hipotetizamos que a administração de liraglutida a doadores de órgãos em ME poderia melhorar a qualidade dos órgãos para transplante em seres humanos. Na presente tese, avaliamos por meio de um ensaio clínico randomizado se o tratamento com liraglutida em indivíduos em ME poderia diminuir os danos aos órgãos a serem transplantados quando comparado ao tratamento com placebo. Cinquenta indivíduos doadores em ME foram incluídos no estudo. Nossos resultados mostraram que o uso de liraglutida reduz os níveis de interleucina-6 e de interleucina-10 em doadores em ME, mas não reduz outras citocinas inflamatórias. Além disso, a expressão de genes e de proteínas relacionadas à inflamação, à apoptose e ao estresse oxidativo não foi afetada pelo tratamento com liraglutida. Também como parte desta tese, estudamos, retrospectivamente, o efeito da duração da hepatectomia do doador nos desfechos dos transplantes hepáticos nos receptores. Foram incluídos 243 pacientes submetidos a transplante hepático de doadores falecidos, cujos dados foram cruzados com os respectivos receptores dos órgãos. Nossos resultados mostraram tempos curtos de hepatectomia, não apresentando associação com o desenvolvimento de disfunção primária do enxerto.