Efeitos do beta-bloqueador bucindolol na modulação do remodelamento do ventrículo direito em modelo de hipertensão pulmonar induzida por monocrotalina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Seolin, Bruna Gazzi de Lima
Orientador(a): Belló-Klein, Adriane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/132730
Resumo: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é caracterizada pelo aumento da resistência vascular pulmonar (RVP). Em decorrência, há elevação da pós-carga imposta ao ventrículo direito (VD) e hipertrofia. Assim, com aumento de consumo de O2 pelo miocárdio, é provável que o estresse oxidativo esteja participando do desenvolvimento e progressão desta doença. Sabe-se que o bloqueio beta-adrenérgico diminui a mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca à esquerda, porém pouquíssimas pesquisas referem sua utilização na insuficiência cardíaca à direita. O bucindolol é um beta-bloqueador que atua nos receptores β1, β2, α1 e com propriedade simpatolítica. O objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que o tratamento com bucindolol poderia reduzir a hipertrofia do VD e melhorar a função sistólica e diastólica do miocárdio. Foram utilizados ratos Wistar machos pesando 130±10 gramas divididos em quatro grupos (n=7-10/grupo): monocrotalina sem bucindolol (MCT SEM BCD), monocrotalina bucindolol (MCT+BCD), controle sem bucindolol (CTR SEM BCD) e controle bucindolol (CTR+BCD). A HAP foi induzida por meio de uma dose única de monocrotalina (60 mg/Kg – i.p.). Após duas semanas, os animas foram tratados por sete dias com bucindolol (2 mg/Kg/dia – i.p.) ou veículo. No 22º dia após a administração da monocrotalina, os animais foram anestesiados (i.p.) com quetamina (90 mg/Kg) e xilazina (10 mg/Kg), submetidos à ecocardiografia, cateterismo da artéria femoral, cateterismo do VD e decapitados, com posterior coleta dos tecidos. Os resultados foram avaliados utilizando ANOVA de duas vias (Sigma Plot 12.0) seguida pelo teste de Student-Newman-Keuls, com nível de significância P<0,05. Os animais monocrotalina apresentaram diminuição (22%) no ganho da massa corporal e o bucindolol não foi eficaz em reduzir a hipertrofia ventricular direita encontrada nesta doença. A congestão pulmonar encontrada nos animais com HAP, foi atenuada (22% inferior) nos que receberam o tratamento com o beta-bloqueador. A HAP ocasionou aumento da lipoperoxidação e bucindolol não melhorou este acontecimento. Os animais MCT+BCD além de apresentarem redução nas pressões sistólica (37%) e diastólica final do ventrículo direito (60%), foram capazes de manter uma contratilidade elevada concomitantemente a uma maior capacidade de relaxamento, visualizada através das derivadas de pressão. O bucindolol esteve associado a benefícios na função ventricular direita (tais como mudança de área fracional, TAPSE, fração de encurtamento, volume sistólico e débito cardíaco). Além disso, minimizou a RVP (25%) e a pressão da artéria pulmonar (30%), tornando menor o esforço do miocárdio para exercer sua função de bomba. A HAP também promoveu alterações no controle autonômico cardíaco e vascular. O tratamento com bucindolol reduziu a atividade simpática e aumentou a atividade parassimpática. Assim, concluímos que bucindolol foi o fator contribuinte para atenuar a disfunção ventricular direita causada pela HAP.